Apesar de serem responsáveis por 80% das emissões globais, metas climáticas do G20 representam um corte de 23% a 29% nas emissões, quando que o necessário seria uma redução global de 60%
Apesar do G20 englobar os maiores produtores e consumidores mundiais de combustíveis fósseis, nenhuma de suas NDCs para 2035 inclui planos críveis para a eliminação gradual desses combustíveis
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Belém, Brasil, 17 de novembro de 2025 – Um relatório do Greenpeace Internacional publicado nesta segunda-feira (17) alerta sobre a insuficiência da ambição climática das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) dos países do G20 para 2035.
Intitulado “Lacuna de Ambição Climática para 2035”, o relatório destaca que os países do G20 são responsáveis por 80% das emissões globais de gases do efeito estufa. Apesar disso, suas metas climáticas representam um corte de 23% a 29% nas emissões, quando que o necessário seria uma redução global de 60%.
“Dada a sua responsabilidade histórica pelas emissões e a sua maior capacidade de agir, os países desenvolvidos do G20 deveriam estar na vanguarda, reduzindo as emissões muito além da média global de 60% necessária, assim como deveriam providenciar financiamento para países em desenvolvimento cumprirem suas metas climáticas. Diante de eventos extremos cada vez mais frequentes e perigosos, limitar o aquecimento da Terra a 1.5º C não é uma opção, mas uma condição para a vida de todos nós”, comenta a diretora executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali.
“Quando analisamos as metas de cada país do G20 separadamente, o Brasil é um dos países em desenvolvimento com a NDC mais próxima do necessário para manter vivo o Acordo de Paris, mas ressaltamos que o país deve pelo menos alcançar a sua meta mais ambiciosa dentro da banda proposta, ou seja, reduzir 67% das suas emissões”, diz Pasquali.

Vale destacar que alguns grandes emissores do G20 ainda não entregaram a sua NDC, como a Arábia Saudita, o que acende o alerta de que a lacuna de ambição coletiva do G20 pode ser ainda maior.
“Com 85% da economia global a seu favor, as decisões do G20 moldam o comércio, o investimento e a tecnologia em todo o mundo. Suas escolhas determinarão o sucesso ou o fracasso da meta de 1,5°C”, explica a especialista em política climática do Greenpeace Internacional, Tracy Carty.
COP30 precisa entregar Plano de Resposta Global
O relatório do Greenpeace também avaliou como as NDCs do G20 tratam de combustíveis fósseis e energia. O resultado aponta que, apesar do G20 englobar os maiores produtores e consumidores mundiais de combustíveis fósseis – principais causadores da crise climática -, nenhuma de suas NDCs para 2035 inclui planos críveis para a eliminação gradual desses combustíveis.
“Na COP30, estamos lutando por um Plano de Resposta Global para garantir que a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C seja alcançada. Tal plano de resposta deve incluir um roteiro – ou ‘mapa do caminho’ – para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis e a aceleração das energias renováveis e um plano de ação para acabar com o desmatamento global até 2030. Vimos progresso na primeira semana, mas precisamos de um resultado que leve a mudanças, e não apenas a mais um roteiro sem futuro”, explica o diretor de Programas do Greenpeace Internacional, Jasper Investor.
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