Mundo precisa de planos concretos para zerar o desmatamento até 2030, promover a transição para o fim dos combustíveis fósseis, fortalecer a adaptação para aumentar a resiliência climática e garantir o financiamento climático

Belém, Brasil, 10 de novembro de 2025 – O Greenpeace pede aos negociadores reunidos em Belém que garantam que a COP30 resulte em um plano de ação histórico capaz de pôr fim à destruição das florestas e de fechar urgentemente a lacuna de ambição para limitar o aquecimento global a 1,5°C.
Carolina Pasquali, diretora-executiva do Greenpeace Brasil, alerta que a Era das respostas insuficientes acabou:
“A COP30 precisa ser um ponto de virada. Não podemos mais tratar a proteção das florestas, a transição para longe dos combustíveis fósseis ou a adaptação como opções em um cardápio. A crise climática avança em todas as frentes, e a resposta precisa ser ambiciosa, corajosa e imediata. O presidente Lula deixou isso claro na Cúpula de Líderes, ao afirmar que a COP30 deve entregar mapas do caminho para reverter o desmatamento e superar nossa dependência dos combustíveis fósseis. Ele já deu o sinal político; agora é hora de transformá-lo em ação real.
O mundo espera mais do que ambição em discursos – espera liderança por meio de ações. Isso significa planos concretos para zerar o desmatamento até 2030, promover a transição para o fim da dependência dos combustíveis fósseis, fortalecer a adaptação para aumentar a resiliência climática e garantir o financiamento necessário para que tudo isso se torne realidade. A era das respostas insuficientes acabou.
Se a COP30 quiser entrar para a história, ela precisa entregar coerência e caminhos para a implementação – deve ser aquela que transforma promessas em ação, esperança em planejamento e liderança em responsabilidade compartilhada.”
Tracy Carty, especialista em política climática do Greenpeace Internacional, ressalta que é hora dos grandes poluidores pagarem:
“Em meio à turbulência geopolítica, a COP30 precisa demonstrar que a unidade global e o compromisso com a ação climática multilateral permanecem firmes. As metas de emissões para 2035 estão perigosamente fora do rumo, e os alertas de que ultrapassaremos o limite de 1,5°C só aumentam, e é essa realidade que os governos precisam encarar e agir para reduzir a lacuna de emissões – o que inclui medidas decisivas sobre os combustíveis fósseis, a fim de manter viva a meta de 1,5°C.
Após o resultado desastroso do NCQG no ano passado, a COP30 deve avançar no financiamento climático para mitigação, adaptação e perdas e danos nos países em desenvolvimento. Com cinco gigantes do petróleo e gás lucrando quase US$ 800 bilhões na última década, os governos precisam fazer com que os poluidores paguem para ajudar a financiar as ações urgentemente necessárias. A COP30 precisa entregar progresso real e tangível em financiamento climático e enviar um sinal claro de que chegou a hora de fazer os poluidores pagarem.”
An Lambrechts, especialista em política de biodiversidade do Greenpeace Internacional, ressalta a urgência de ações para proteção das florestas:
“Os líderes mundiais viajaram para participar da primeira COP realizada na Amazônia, e agora precisam garantir que a COP30 entregue resultados concretos para as florestas, adotando um plano de ação para acabar com a destruição florestal até 2030.
O lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) abriu caminho para que a COP30 adote decisões firmes de proteção das florestas, reconhecendo o papel fundamental dos Povos Indígenas e das comunidades locais – e rompendo o abismo entre as agendas de biodiversidade e de clima, algo essencial para manter viva a meta de 1,5°C. Podemos fazer história aqui em Belém, mas isso exige compromisso para garantir que a COP30 esteja à altura da oportunidade que representa. A hora de agir é agora”
São demandas do Greenpeace na COP30:
- Criação de um Plano de Resposta Global para para enfrentar a lacuna de limitar o aquecimento da Terra a 1,5 °C e acelerar a redução de todas as emissões ainda nesta década crítica;
- Criar um Plano de Ação Florestal de 5 anos de duração, dedicado a implementar a meta de deter e reverter o desmatamento e a degradação florestal até 2030, acordada na COP28;
- Ampliar o financiamento público de países desenvolvidos aos em desenvolvimento, por meio de doações e empréstimos sem juros ou com juros baixíssimos, incluindo impostos sobre os grandes poluidores para apoiar mitigação, adaptação e ações voltadas a perdas e danos em países em desenvolvimento;
- Apresentar uma decisão robusta para meta global de adaptação (GGA), alinhada à justiça climática, que pelo menos triplique o financiamento público (em relação ao decidido na COP26) até 2030;
Baixe aqui o documento com as demandas completas do Greenpeace para a COP30.
Sem a ajuda de pessoas como você, nosso trabalho não seria possível. O Greenpeace Brasil é uma organização independente - não aceitamos recursos de empresas, governos ou partidos políticos. Por favor, faça uma doação mensal hoje mesmo e nos ajude a ampliar nosso trabalho de pesquisa, monitoramento e denúncia de crimes ambientais. Clique abaixo e faça a diferença!


