Testes nucleares, desmatamento, mudanças climáticas, caça a focas e baleias. Com quatro décadas de ativismo, O Greenpeace tem muita história para contar e vitórias para comemorar. Acompanhe a seguir algumas das principais conquistas no Brasil e no mundo
1974 – França põe fim a testes nucleares no Pacífico Sul
Na década de 1960, a França elegeu o Pacífico Sul como local para promover testes nucleares. Sem levar em consideração a devastação ambiental, o país deu continuidade aos planos até 1972, quando o governo francês decidiu ampliar ainda mais a área afetada pelos testes englobando território marítimo internacional. A decisão chamou a atenção de David McTaggart, canadense que prontamente renomeou seu barco como Greenpeace III e se juntou à organização. A bordo da embarcação, no mesmo ano McTaggart e ativistas navegaram rumo ao Pacífico Sul, fazendo com que os testes fossem suspensos. Expulso pela França, McTaggart voltou à área um ano depois. Antes de ser novamente expulso, McTaggart foi agredido repetidas vezes pelo exército da França. O fato rendeu um processo na justiça contra o governo francês e chamou a atenção do mundo para o programa nuclear. A pressão pública obrigou a França a anunciar em 1974 o fim dos testes.
1982 – Acordo acaba com legalidade da comercialização de baleias
A situação era cada vez mais chocante. Na década de 1970, a população de baleia azul diminuiu drasticamente para menos de seis mil em todo o mundo, conseqüência direta da pesca baleeira agressiva. O fato chamou a atenção do Greenpeace, que logo após sua fundação decidiu aderir à defesa das baleias. Em 1973 as embarcações do Greenpeace iniciaram investidas contra barcos baleeiros. Cenas de baleias mortas sendo içadas chocaram o mundo. Após 10 anos de campanha, O Greenpeace conquistou sua maior vitória: em 1982 finalmente a Comissão Baleeira Internacional anuncia a Moratória de Caça às Baleias.
1995 – O oceano não é um lixo a céu aberto
Quando a Shell decidiu na década de 1990 que a Brent Spar – plataforma de 14 mil toneladas instalada no Mar do Norte – não tinha mais serventia, a companhia pediu ao governo britânico autorização para despejar a instalação inteira no Oceano Atlântico.
Com a permissão do Reino Unido, a companhia de petróleo provavelmente seguiria com seus planos se não fosse o Greenpeace para “atrapalhar”. No dia 30 de abril de 1995 ativistas invadiram a plataforma. Cenas dramáticas de voluntário sendo atingidos por fortíssimos jatos de água durante a ação repercutiram no mundo. O abuso que seria cometido pela petroleira e a invasão protagonizada pelo Greenpeace motivaram inúmeros protestos espontâneos por toda a Europa, onde postos da Shell registraram até 50% de queda nas vendas. Sem saída, a então maior companhia de petróleo do mundo recuou e aceitou desmontar a plataforma e reciclá-la em terra.
1999 – Madeireiras asiáticas desistem de desmatar
De olho nas riquezas naturais do Brasil, várias madeireiras malaias se instalaram no Brasil em 1996. A crescente exploração ilegal dessas companhias estrangeiras fez com que o Greenpeace produzisse um relatório chamado À Margem da Lei, que denunciava crimes de exploração madeireira, fraude fiscal e exportação ilegal de toras. A denúncia fez com que os desmatadores recuassem cada vez. Assustadas com a repercussão da denúncia, as companhias reduziram seus investimentos em solo brasileiro e em pouco mais de dois anos, graças à pressão do Greenpeace e da comunidade local, a maioria das madeireiras malaias decidiu remover suas operações do Brasil.
2003 – O fim da exploração de mogno
Foram quatro anos de ações do Greenpeace contra a exploração indiscriminada de mogno, espécie ameaçada de extinção e uma das madeiras mais nobres da Amazônia.
Em 2001 veio uma decisão histórica e a primeira vitória da campanha. A Cites, a Convenção da ONU que regulamenta o comércio internacional de espécies ameaçadas de extinção, incluiu o mogno no chamado Anexo II, exigindo que a exploração da espécie seja feita de forma legal e comprovadamente sustentável do ponto de vista científico. Mas foi só em 2003 que o Brasil abriu o olho para o problema. O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de decreto, determina que a exploração de mogno só poderá ser feita por meio de Planos de Manejo Florestal Sustentável que sejam adequados às exigências da Cites.
2004 – Criação da unidade de conservação de Porto de Móz
Um misto de violência contra trabalhadores do campo e de exploração ilegal de madeira fez com que o Greenpeace liderasse mais uma campanha na floresta amazônica: a criação da reserva extrativista Verde para Sempre, no Pará. Foram mais de quatro anos de atividades e ações na região do porto de Móz, até que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou em 2004 a criação de decretos que oficializaram a reserva. O comprometimento do governo garantiu a preservação de 2 milhões de hectares de floresta tropical e o sustento de mais de 22 mil pessoas que vivem do extrativismo na região.
2004 – Demarcação da terra indígena dos Deni
Numa investigação sobre a extração ilegal de madeira pelo Amazonas, o Greenpeace descobriu que uma madeireira da Malásia, a WTK, havia comprado 313 mil hectares de floresta por ali. Quase 50% da área se sobrepunha à terra que pertencia ao povo indígena Deni. Informados de que 150 mil hectares de suas florestas poderiam sumir, os Deni decidiram: querendo o governo ou não, a área seria demarcada. O poder público não agiu. E os indígenas foram à luta. Com o apoio do Greenpeace, eles começaram, em 2001, a demarcar a área por conta própria. Depois de muita pressão pública e exposição na imprensa, veio a recompensa: Em maio de 2003, chegavam os técnicos para a demarcação oficial do território. Ela foi concluída em agosto de 2003, com a instalação de marcos e placas identificando a área com o selo do governo federal. Em 2004, o então presidente Lula deu a canetada final. Desde então, a mineração e a exploração industrial de madeira estão proibidas por ali.
2006 – Não à soja produzida em área desmatada
Após longa negociação, o Greenpeace e outras ONGs ambientalistas conseguiram uma importante vitória para a preservação da floresta brasileira. Em julho de 2006 as principais traders em atividade no Brasil assinaram a Moratória da Soja, que estabelece o compromisso dessas corporações a não mais comprarem soja produzida em áreas recém desmatadas. Quatro traders e membros da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais aderiram ao acordo. Juntos, esses conglomerados são responsáveis por 95% da soja comercializada no Brasil, país vice-líder na produção mundial do grão. A Moratória, que permanece até os dias de hoje, é considerada internacionalmente uma das mais importantes vitórias do Greenpeace no mundo.
2009 – Moratória da pecuária
Neste ano a criação de gado, responsável pela ampliação da fronteira do desmatamento em várias regiões do Brasil, foi o principal alvo do Greenpeace Brasil. Como acabar com o avanço da pecuária e assim evitar o aumento do desmatamento? A tentativa foi pressionar frigoríficos e redes de supermercados a parar de comercializar carne que tivesse sua produção relacionada a critérios como trabalho escravo, grilagem de terras, violência agrária ou desmatamento ilegal. Em poucos dias o ataque às corporações deu resultado. Logo em seguida ao lançamento do relatório Farra do Boi na Amazônia, onde o Greenpeace fazia a denúncia, as companhias começaram a responder positivamente à demanda. Hoje grandes frigoríficos e redes de supermercado com atuação no Brasil aderiram à campanha, auxiliando na diminuição do desmatamento e de problemas sociais em todo o território nacional.
2010 – Menos KitKat, mais floresta
Em uma longa investigação, o Greenpeace descobriu que o óleo de palma utilizado pela Nestlé para fazer o KitKat, um dos chocolates da marca mais apreciados mundo afora, era fornecido pela Sinar Mas, conglomerado conhecido por destruir as florestas tropicais da Indonésia. Foram oito semanas de intensa campanha do Greenpeace contra a fabricante de chocolates. O apoio de centenas de milhares de pessoas de vários países fez toda a diferença, com envio de emails, divulgação via Facebook e Twitter e até ligações para a empresa pedindo o fim dos negócios com entre Sinar Mas e Nestlé, que chegou a censurar um vídeo produzido pelo Greenpeace (Have a break?), que teve mais de 1,5 milhões de acessos. Com tanta pressão, não restou outra alternativa à Nestlé a não ser concordar em não mais comprar óleo de palma de fontes que destroem as florestas tropicais da Indonésia.
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