Protesto pacífico denuncia destruição causada pela indústria de combustíveis fósseis e cobra responsabilização da empresa

Ativistas do Greenpeace Internacional em três barcos pequenos em direção à plataforma de petróleo contratada pela Shell, com base no Oceano Atlântico, na região das Ilhas Canárias
Ativistas do Greenpeace Internacional em três barcos pequenos em direção à plataforma de petróleo contratada pela Shell, na região das Ilhas Canárias (Foto: Chris J Ratcliffe/Greenpeace)

*Atualização em 6 de fevereiro

Ativistas do Greenpeace Internacional ocuparam uma plataforma contratada pela Shell no Oceano Atlântico, ao norte das Ilhas Canárias, no dia 31 de março. O protesto pacífico denuncia a devastação climática causada pela empresa e pela indústria de combustíveis fósseis no geral.

Carregando faixas com a mensagem “Pare de perfurar, comece a pagar”, os manifestantes denunciam que a empresa petrolífera continua lucrando sem ser responsabilizada pelos danos causados para as pessoas e para o planeta, enquanto as populações em situação de vulnerabilidade sofrem com as consequências da crise climática.

Eles também cobram que a Shell pague os custos da destruição socioambiental causada pela exploração desenfreada de óleo. Recentemente, a empresa divulgou recorde de lucro de mais de $39 bilhões.

A plataforma ocupada carrega um equipamento de produção que permitirá à petrolífera abrir oito novos poços de petróleo e gás na região, com capacidade para bombear até 45 mil barris de petróleo por dia, por mais 20 anos.

Os quatro ativistas que participarm da primeira etapa protesto são da Argentina, Turquia, Estados Unidos e Reino Unido, e se aproximaram da embarcação de 51 mil toneladas com três barcos lançados do navio Arctic Sunrise, do Greenpeace, usando cordas para subir ao convés.

Os quatro ativistas que participaram da ação: Carlos Marcelo Bariggi Amara, da Argentina; Yakup Çetinkaya, da Turquia, Usnea Granger, dos Estados Unidos, e Imogen Michel, do Reino Unido (Foto: Greenpeace)

Na segunda, 6 de fevereiro, mais dois ativistas da França e da Alemanha escalaram a plataforma e se juntaram aos demais, potencializando a ação.

Apesar das tentativas da empresa de silenciar a ocupação pacífica do Greenpeace Internacional por meio de uma liminar, com ameaça de dois anos de prisão e multas, os ativistas seguem em alto-mar.

Eles estão carregando suprimentos suficientes para ocupar a plataforma por dias, sem previsão de saída. O filipino Yeb Saño, diretor executivo do escritório do Greenpeace no sudeste asiático, comenta a importância da ação direta não violenta.

“Estamos agindo hoje porque quando a Shell extrai combustíveis fósseis, gera uma onda de morte, destruição e deslocamentos ao redor do mundo, tendo o pior impacto sobre as pessoas que menos contribuem para a crise climática”, afirma Saño.

“Eles devem assumir a responsabilidade por lucrar com a injustiça climática por décadas, e pagar pelas perdas e danos que causaram. Precisamos de uma transição justa para uma energia barata, limpa e renovável, que beneficie as comunidades, os trabalhadores e o clima”, reitera.

Ativistas que ocupam plataforma da Shell erguem banner com a mensagem "Chega de Petróleo", em português
Os ativistas que participam da ação também deram um recado ao mundo em português: “Chega de Petróleo!” (Foto: Greenpeace)

O Brasil também está entre os países mais impactados pela crise climática. Segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), somente nos 5 primeiros meses de 2022, 457 pessoas morreram em desastres causados pelo excesso de chuva em todo país. No mês de dezembro, as fortes chuvas voltaram e mais 33 vítimas fatais foram registradas.

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