Em carta, organização pede que governo suspenda a operação de todas as barragens de rejeitos de mineração da Vale até que a segurança seja garantida

Vigília em homenagem às famílias impactadas de Brumadinho

O Greenpeace enviou, na sexta-feira, 1º de fevereiro, cartas ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e ao Ministério de Minas e Energia (MME) pedindo que as operações das 167 barragens de rejeitos de mineração da Vale S/A e suas subsidiárias em todo o país sejam suspensas até que a segurança seja garantida por órgãos competentes desvinculados da empresa.

Confira aqui a íntegra da carta.

“Esperamos que o MMA e o MME garantam a seguridade da população, já que a companhia é hoje movida apenas por lucros, sem preocupação com as pessoas e o meio ambiente. É necessário que a fiscalização de barragens seja garantida pelo governo de maneira transparente, com laudos realizados por órgãos públicos e com a contratação de suficiente número de fiscais para analisar todas as barragens existentes no Brasil”, declara Fabiana Alves, do Greenpeace Brasil.

As 167 barragens estão espalhadas em cinco estados: Goiás, Minas Gerais, Pará, São Paulo e Sergipe. “Apesar de nem todas estarem em atividade, exigimos a fiscalização de 100% das barragens de rejeitos de mineração da Vale, pois, mesmo as inativas – como a que rompeu em Brumadinho -, representam perigo aos empregados da mineradora, à população do entorno e ao meio ambiente. A Vale provou a todos que não possui competência para operar”, afirma Fabiana.

Há anos o Greenpeace denuncia o desmonte das políticas ambientais no Brasil e se posiciona contra a flexibilização do licenciamento ambiental. “O Projeto de Lei 3729/2004, que esteve prestes a ser votado na Câmara dos Deputados em 2018, dá licença para matar e para que ‘fábricas de Mariana’ se repliquem no Brasil”, exemplifica Fabiana. “É com pesar que assistimos a outro desastre da magnitude do de Mariana acontecer em Brumadinho”, complementa.

O número de mortes em Brumadinho aumenta a cada dia, fazendo com que a Vale seja uma das mineradoras que mais mataram no mundo. É inaceitável que a empresa continue com seus lucros e ações financeiras em alta com o decorrer do tempo, como aconteceu após o desastre no Rio Doce. Infelizmente, a perda de vidas parece não importar e, por isso, precisamos pressionar para que acionistas e outras empresas ligadas à cadeia de produção da Vale não negociem com a mineradora até que ela assegure de maneira transparente – e com fiscalização adequada do governo brasileiro – que todas as suas barragens de rejeitos de mineração no Brasil estejam seguras.

Ajude-nos a pressionar para que a Vale pague por seus crimes e mude a maneira de operar no Brasil. Não podemos deixar que outro desastre aconteça. Assine aqui.

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