Após cinco dias de muita interação, conexão e debates sobre mudanças climáticas e o impacto desigual nas pessoas em situação de vulnerabilidade, lideranças jovens retornaram para os seus lares inspirados(as) para continuarem na luta em busca de soluções efetivas
O acampamento na Tunísia chegou ao fim, mas não a luta por justiça climática. O Climate Justice Camp ofereceu uma nova oportunidade para grupos em todo o Sul Global construírem solidariedade, conexões e co-criarem estratégias de uma maneira que não era possível para muitos. Forneceu o compartilhamento de habilidades e desenvolvimento. As pessoas, embora tivessem línguas e nacionalidades diferentes, desenvolveram a capacidade dentro dos movimentos climáticos do Sul Global para propor soluções e exigir uma resposta rápida à crise climática.
Infelizmente a ativista Luisa da Silva não pôde ir pois testou positivo para covid e, para a segurança de todos(as), fez isolamento social. É importante salientar que no Camp foram seguidos todos os protocolos de segurança sanitária como testagem diária, uso de máscaras em ambientes fechados, álcool em gel etc. A Luísa ainda irá participar de outros processos criativos que virão após o acampamento. As participantes Katley Ellen, Samela Sateré Mawé e Valéria Melissa construíram relacionamentos e redes transversais e transfronteiriças. Além disso, puderam compartilhar as suas experiências como mobilizadoras brasileiras.
O primeiro dia contou um discurso de boas-vindas onde, segundo a Katley, “a missão do acampamento ficou ainda mais evidente: aprender, compartilhar e voltar com ousadia para casa para mobilizar”. Além do discurso, elas receberam orientações sobre como aconteceria o Camp e puderam escolher os workshops e oficinas que participaram nos dias seguintes. Essas atividades aconteceram em espaços diferentes e temáticos, focados em construir habilidades e para interação.
Samela Sateré Mawé, indígena do povo Sateré Mawé e jovem comunicadora na Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), participou de uma atividade em conjunto com lideranças indígenas do México para reforçar a luta pelos direitos indígenas. Essa atividade mostrou a força e representatividade de mulheres indígenas: “eu pude perceber como o ativismo se dá em diversos países. Quais são as principais demandas e que não são iguais às nossas. As causas que defendemos no nosso território são causas importantes, mas não são as únicas causas do mundo. Juntas nós podemos fazer a mudança acontecer. Eu pude ver todas essas diferenças e mesmo assim achar singularidade na luta de todos os ativistas”, disse a ativista. Ela ainda reforçou que o aprendizado que levará do Camp daqui pra frente é a experiência em relação ao ativismo mundial.

As três ativistas brasileiras receberam o convite da delegação de Uganda para participar de uma ação sobre o financiamento das soluções para o combate às mudanças climáticas e aos eventos extremos. Nessa atividade estavam presentes representantes de diversos países como México, Colômbia e África do Sul. Valéria Melissa, estudante de Geologia na Universidade Federal do Amazonas e ativista socioambiental desde os 9 anos de idade relatou: “todo o Camp foi incrível, mas pra mim foi muito especial ter participado dessa ação. Eram jovens de todo o Sul Global unidos proclamando o futuro que queremos para o mundo e para o lugar de onde viemos. Eram tantas culturas, tantos idiomas diferentes, fenótipos diversos, histórias de sobreviventes lutando por um futuro mais justo e foi lindo fazer parte disso, foi grandioso!”.

No penúltimo dia do acampamento as jovens tiveram a oportunidade de aplicar um workshop onde contaram as suas vivências e como é ser mulher, jovem e ativista no Brasil. Para Katley Ellen, estudante de Gestão de Políticas Públicas na Universidade Federal do Ceará, ativista e mobilizadora climática, “ter a oportunidade de ouvir dos próprios ativistas como está a situação em seus países, como eles estão se organizando para resistir e, para muito além disso, propor novas soluções para a crise climática, com foco em justiça climática foi a melhor parte dessa experiência. Não canso de dizer: o Sul Global dá aula!”.

Essas e outras ações foram apenas o começo dessa grande mobilização que já está acontecendo. Com certeza, não paramos por aqui. Embora o acampamento tenha sido um esforço de base realizado independentemente da COP27, ele foi feito no norte da África para fornecer um espaço para o movimento se conectar além das fronteiras e, particularmente, para grupos climáticos da região. Para assim pensarmos em formas de nos mobilizar antes da COP27 no Egito e da COP28 no Oriente Médio, não necessariamente fisicamente no evento, mas no dia-a-dia levando conhecimento para outras pessoas, cobrando nossos líderes governamentais e sendo agentes de transformação.
Se você, assim como nós, se inspirou para mudar a realidade que vivemos hoje e quer fazer parte da solução, junte-se a nós no grupo de Mudanças Climáticas, no Conexão Verde, a plataforma oficial de voluntariado do Greenpeace Brasil! Te vejo lá 😉
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