Exigimos que as operações das barragens da Vale sejam suspensas até que a segurança seja garantida!

Não foi acidente, foi crime!

O Greenpeace lançou nesta terça-feira (29) uma petição pública pedindo a suspensão imediata da operação das 167 barragens de contenção de rejeitos de mineração controladas pela Vale S/A e suas subsidiárias em cinco estados brasileiros (GO, MG, PA, SE, SP). Isso até que a segurança de operação seja garantida por órgãos competentes desvinculados da empresa, conforme previsto em lei. Entendemos que as ações e promessas que estão sendo tomadas pela Vale nos últimos três anos, desde o desastre do Rio Doce, não garantem a segurança do meio ambiente e da população nas regiões onde estão instaladas estas barragens.

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A Vale é a companhia privada que mais possui barragens no Brasil. São 175 no total, sendo 167 de contenção de rejeitos de mineração. Tanto o Ministério Público quanto a Agência Nacional de Águas vêm relatando que cerca de um terço das barragens da Vale estão em situação de alto risco de colapso. Cabe ressaltar que Brumadinho teve sua categoria rebaixada a baixo risco, de forma a acelerar e facilitar seu licenciamento. Este rompimento é criminoso e é mais um episódio decorrente do modelo predatório de mineração adotado pelo Estado brasileiro em conivência com as empresas que atuam no setor. As tentativas de se melhorar a legislação sobre segurança das barragens foram rejeitadas devido ao forte lobby das próprias mineradoras, que dominam a economia da região.

Quando assumiu a presidência da Vale, Fabio Schvartsman declarou que seu lema seria “Mariana nunca mais”. No dia 29 de janeiro, após mais um crime, ele anunciou que existem outras 19 barragens à semelhança de Brumadinho e Mariana. Segundo ele, destas, nove já foram descomissionadas, ou seja, desativadas e reintegradas à paisagem, enquanto as outras dez seguirão o mesmo caminho ao longo dos próximos três anos. Entretanto, eliminar essas 19 barragens não é suficiente para impedir que crimes como o de Brumadinho se repitam. O processo de “descomissionar” uma barragem leva anos e, enquanto ela não é totalmente reintegrada ao meio ambiente, ainda apresenta riscos. Além disso, quem pode garantir que apenas essas 19 barragens têm problemas? Em Brumadinho, ficou evidente que a avaliação sobre as análises de riscos pode demonstrar falhas.

Por isso, exigimos que o governo suspenda a operação de todas as 167 barragens da Vale em todo o Brasil até que sejam fiscalizadas de maneira independente e que a população brasileira tenha informações transparentes da situação de risco de cada barragem.

Em apenas três anos, a Vale foi a responsável pelas duas maiores tragédias socioambientais do Brasil: Mariana e Brumadinho. E comprovou sua incapacidade de mitigar riscos e lidar com as consequências dos desastres por ela causados. Depois de dois casos de rompimento de barragens com imensos impactos humanos e ambientais, ela mostrou que não podemos confiar em dados e promessas de uma mineradora que não ressarciu erros passados. Precisamos começar pelo mais grave. Se a Vale, que é uma gigante do setor muda, outras empresas podem seguir o mesmo caminho.

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