Gravado na Amazônia, Greenpeace e Banksia lançam filme sobre as memórias do rio Juruá na COP30, com presença de lideranças indígenas, políticos e ativistas.
No Dia Nacional do Rio, comemorado em 24 de novembro, celebramos a importância dos cursos d’água doce, principalmente no Brasil, país com mais rios do mundo, a maioria na Floresta Amazônica.
Além de ser essencial para manter a vida nos biomas brasileiros, os rios são lares de comunidades indígenas, ribeirinhas e extrativistas, a exemplo do Rio Juruá. Com mais de 3 mil km, é o rio com mais curvas do mundo, nasce na Cordilheira dos Andes peruana e atravessa os estados do Acre e do Amazonas.
“A região do Médio Juruá é uma prova concreta de como as soluções para a proteção da floresta já existem, e se encontram no modo de vida e sabedoria ancestral dos povos indígenas e populações tradicionais”, explica Rômulo Batista, coordenador da frente de Soluções da Floresta do Greenpeace Brasil.
Atualmente, o Médio Juruá abriga um mosaico de áreas protegidas que somam mais de dois milhões de hectares. São territórios conquistados após anos de luta e organização, inspirados por Chico Mendes e que transformaram o local em uma referência global de sustentabilidade.
Povo juarense conseguiu combater o desmatamento e implementar o manejo sustentável através da economia da sociobiodiversidade, gerando renda, bem-estar e conservação ambiental.
Toda essa história de coragem e superação foi eternizada no filme ‘Juruá – Memórias de um Rio’.
‘Juruá – Memórias de um Rio’, o filme
A estreia do filme ‘Juruá – Memórias de um Rio’ contou com convidados especiais e aconteceu no navio Rainbow Warrior, do Greenpeace, que ficou ancorado na Universidade Federal do Pará (UFPA) durante toda a COP30.
Entre os presentes, estavam o Cacique Raoni; Dinamam Tuxá, coordenador-executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib); Marie Nyange Ndambo, ministra do Meio Ambiente da República Democrática do Congo (RDC); Silverius Oscar Unggul, do Ministério de Meio Ambiente da Indonésia; Heike Henn, diretora de Clima, Meio Ambiente e Energia da Alemanha; Mario Nicácio, do Fundo Podáali, além de influenciadores e ativistas como Alane Dias.
“Lançar na COP30, em Belém, é um gesto político, é devolver o protagonismo a quem sempre cuidou deste território. O filme nasce das vozes da Amazônia e é um chamado à memória, à coletividade e à escuta. Celebra a força das comunidades e é uma prova viva de que as soluções para a crise climática existem”, destaca Carolina Fernandes, diretora do filme. “O cinema pode e deve ser uma ferramenta de transformação. Ele emociona, questiona e mobiliza”.
Financiamento Climático Direto já
O lançamento de ‘Juruá – Memórias de um Rio‘ contribui para o debate internacional sobre mecanismos de financiamento direto e justo para apoiar os povos indígenas e as comunidades tradicionais nas ações de conservação e adaptação climática.
Flávio do Carmo, diretor do Conselho Nacional dos Povos Extrativistas (CNS) e liderança do Médio Juruá, explica que: “Entre 1990 e 2000, vivemos um grande desmatamento e começamos a nos organizar. Foi nesse período que contamos com Greenpeace para expor o que estava acontecendo”.
“Após a implementação das reservas e de outras fontes de renda, melhoramos a qualidade de vida na região, impulsionados pela criação da Associação dos Produtores Rurais de Carauari (Asproc). Mas falta acesso direto a financiamento para fortalecer o trabalho que fazemos no território”, conclui.
‘Juruá – Memórias de um Rio’
As verdadeiras soluções para a crise climática já existem, nascem das florestas e de quem vive nelas: ribeirinhos, extrativistas e indígenas. Conservam a Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, enquanto geram renda, bem viver e valorização cultural.
Realização Greenpeace e Banksia Filmes, com apoio da Asproc, Codaemj, Amaru, Asmanj, Aspodex, JLPC, Amecsara, Aane
Fotos do lançamento: 13 e 14 de novembro
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