No dia 9 de agosto, celebramos o Dia Internacional dos Povos Indígenas, data proclamada pela ONU em 1994 com o objetivo de reconhecer, proteger e valorizar os direitos dos povos originários ao redor do mundo.

Mais do que uma celebração, a data marca a resistência histórica vivida por esses povos, que não são apenas guardiões de culturas milenares, línguas e saberes tradicionais, são também protagonistas na proteção dos maiores ecossistemas do planeta, especialmente no combate à crise climática.

Acampamento Terra Livre. Crédito: © Tuane Fernandes / Greenpeace

Muitos estudos já comprovam que as Terras Indígenas demarcadas são verdadeiros escudos ambientais. Uma pesquisa do WRI Brasil, inclusive, já indica que essas áreas são essenciais tanto no sequestro de carbono, quanto na contenção do desmatamento. No contexto de emergência climática, elas funcionam como barreiras naturais contra a degradação ambiental, contribuindo para a regulação do clima e a manutenção de ecossistemas inteiros. Os povos indígenas dominam há milênios a agricultura regenerativa, o manejo, o extrativismo e diversas formas de conservação ambiental, mostrando que é possível conviver com a natureza e contribuir para a sua manutenção.

Na Amazônia, o maior território contínuo de floresta tropical do mundo, essa realidade é ainda mais evidente. O Brasil concentra a maior extensão de Terras Indígenas demarcadas do planeta, especialmente na região amazônica. Dados do Instituto Socioambiental (ISA) mostram que as Terras Indígenas da Amazônia Legal ocupam cerca de 110 milhões de hectares, e são justamente nessas áreas que a floresta permanece mais protegida.

Enquanto outras regiões enfrentam taxas alarmantes de desmatamento, a floresta nas Terras Indígenas resiste, mesmo diante de intensas pressões do agronegócio, do garimpo e das várias tentativas de abertura dos territórios para exploração econômica predatória. 

A Resposta Somos Nós: a voz indígena na liderança climática

Diante de tantos retrocessos nos direitos indígenas e do avanço da destruição ambiental, os povos indígenas da Amazônia se colocam à frente da luta climática com a campanha “A Resposta Somos Nós”, idealizada pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) em parceria com lideranças indígenas de toda a região. 

Lançada em 2024, em Manaus, a campanha é um chamado global para reconhecer o papel fundamental dos povos indígenas na proteção da floresta e no enfrentamento da crise climática. Mais de 180 povos indígenas da Amazônia brasileira, falantes de mais de 160 línguas e guardiões de cerca de 110 milhões de hectares de floresta, estão unidos para levar suas vozes à COP 30, propondo uma agenda própria, enraizada no conhecimento ancestral e na convivência harmônica com a natureza.

Entre seus principais pedidos, incluem a co-presidência indígena da COP 30, a demarcação de terras como política climática vinculada às NDCs brasileiras (a chamada “NDC Indígena”), o fim dos combustíveis fósseis com uma transição energética justa, e o financiamento climático direto para os povos que vivem em harmonia com a natureza.

A campanha também convoca a sociedade a assumir sua responsabilidade. O lema “A Resposta Somos Nós” é um chamado para todos aqueles comprometidos com o futuro do planeta. 

Valorizar os povos indígenas é reconhecer que sem eles, não há futuro possível para a Amazônia e sem a Amazônia, não há futuro possível para o planeta. Nosso chamado pelo respeito à floresta, se une ao chamado dos povos indígenas. Assine a petição “Respeitem a Amazônia” e junte-se a esse movimento de defesa da vida, dos territórios e do clima. Que a Amazônia seja reconhecida não como uma fronteira de exploração, mas como um exemplo de existência possível, diversa, sustentável e viva.

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