O governo brasileiro quer investir na geração de energia elétrica mais poluente no mundo
Você investiria numa nova fábrica de fitas VHS, aquelas que a gente rebobinava no videocassete depois de ver um filme? Em tempos de Netflix, parece loucura, né? Mas o governo brasileiro está incentivando um retrocesso parecido no setor de energia elétrica: quer abrir espaço para novas usinas a carvão no país, precisamente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O mundo sabe, faz tempo, que a produção de energia pela queima de carvão é ultrapassada e extremamente poluente. O mineral é o mais intensivo em carbono e, por isso, o que mais contribui para a aceleração do aquecimento global. No nível local, afeta a saúde da população e do meio ambiente. Ainda assim, o atraso insiste em firmar seu espaço.
Impulsionado pelos interesses de grandes empresários do setor e de investidores estrangeiros, como os chineses, as usinas a carvão voltaram a fazer parte do leilão de energia A-6, lançado pelo Governo Federal e previsto para acontecer no próximo dia 31 de agosto. Há 5 anos, não são contratados investimentos em termelétricas movidas a carvão nos editais deste tipo apresentados à iniciativa privada.
Em 2017, 19 países e diversos estados anunciaram uma aliança pelo encerramento de seus programas a carvão até 2030, entre eles Reino Unido, França, Canadá, Portugal e México.
“Já neste ano, países que são grandes dependentes dessa fonte para geração de energia, como o Chile, onde o carvão mineral representa 35% da matriz energética, estão se comprometendo a abandoná-lo”, afirma nosso especialista em energia, Marcelo Laterman Lima. Na Alemanha, uma comissão foi formada em julho para definir um prazo para o fim do carvão, que representa hoje 40% da matriz elétrica do país.
Já o Brasil tem apenas 2,3% de sua matriz energética baseada em carvão e possui um dos maiores potenciais para gerar energia renovável e limpa, como solar e eólica. Apesar desta vantagem competitiva natural, o país segue mais uma vez na contramão do mundo e da História, ao querer investir em uma tecnologia do século 18! Para você ter ideia, a previsão é de que as novas usinas a carvão que forem aprovadas este ano funcionem pelo menos até 2049!
“Neste momento político do Brasil estamos frente a uma discussão sobre que país queremos. A qualidade da matriz energética é fundamental para o rumo de desenvolvimento que vamos seguir. Se optarmos pelo caminho da soberania, eficiência e sustentabilidade, o carvão não é uma opção. Uma matriz limpa e justa e um futuro mais saudável e seguro só serão possíveis por meio de compromissos claros de eliminar esse combustível fóssil como fonte energética”, diz Marcelo.
Que tal começarmos por barrar a expansão da fonte de energia elétrica mais poluente do mundo?
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Discussão
Baixa assinado 👏🏻👏🏻👏🏻
Governos malditos. Vai chegar uma hora que só diplomacia e boa vontade não irão mais resolver os problemas do meio ambiente.
Precisamos impedir mais esta estapafúrdia!! Estou com vocês nesta luta.
Vamos juntos barrar tais ameaças ...!
Nasci e cresci numa pequena cidade da região da Campanha no Rio Grande do Sul que fica muito próxima de uma grande usina de carvão. Agora surge um outro projeto para uma nova usina de carvão em uma cidade vizinha. O investimento é de empresários chineses, que já detém grande parte do controle da usina já existente. Infelizmente a população dessa região empobrecida do RS não reconhece os malefícios dessa matriz energética ultrapassada e vê os investimentos como uma perspectiva de novos empregos e de geração de renda, o que na prática acaba não se confirmando. Talvez esteja mais do que na hora de uma campanha do Greenpeace na região, levando o debate e a conscientização sobre todos os malefícios das usinas de carvão para a saúde e meio ambiente.
É verdade, Eonice! Greenpeace, precisamos de um trabalho de conscientização na regiões que serão mais afetadas e que, o pior de tudo, vêem nessas indústrias uma oportunidade de melhoria de vida.
Sou contra usinas desse tipo! Por que alimentar as usinas com carvão? Isso chega a ser imbecil, gerar energia com poluição ambiental?
como posso protestar mais efetivamente? Sugiro criarmos um abaixo assinado!
Um abaixo assinado me parece ser uma forma eficaz de causar forte impacto a fim de derrubar esta iniciativa conturbada, retrógreda e perigosa.
Boa, Marcia! Qual a forma mais efetiva e eficaz para barrarmos esta estupdez e pelo menos cair na opiniao publica antes que seja tarde demais,??? Marcos Bernardi 26 de Agosto
INVOCAR NOSSOS LEGISLADORES E MP PARA IMPEDIR ESTE PSEUDO DESENVOLVIMENTO , CLARAMENTE RETROCESSO AMBIENTAL, AUDIENCIA PÚBLICA
Não existe uma forma de levar ao conhecimento da imprensa televisiva? Através de uma pauta para algum repórter? Tem alguns que adoram matéria pronta.
Tempo de tantos retrocessos! Como admitir uma coisa dessas nos dias de hoje!
Só há uma tradução prá isso: IRRESPONSABILIDADE