Onde quer que você esteja, a previsão do tempo precisa incluir um dado: o aquecimento global vai mudar nossas vidas e os ecossistemas na Terra. Mas ainda dá tempo de agir

Curioso com a previsão do tempo na sua cidade, provavelmente você quer saber como estará o clima de amanhã. Quantos graus vai fazer? Preciso levar um casaco para ir ao supermercado? Talvez você não descubra isso neste texto, mas queria te contar um pouco sobre como as mudanças climáticas estão conectadas com essa dúvida que você acabou de ter.

Não sei se você que nos lê está na cidade de São Paulo, como eu. Ou em Manaus. Ou em alguma cidade do Rio Grande do Sul, quase na fronteira com o Uruguai. E isso não importa. Onde quer que você esteja uma coisa eu sei: amanhã vai ser mais quente. Isso vai acontecer porque vão subir as temperaturas médias da nossa casa comum: o planeta Terra.  

“Ah, mas ontem mesmo eu saí com casaco e cachecol”, você pode estar pensando. Ok. Pode até ser que a previsão do tempo mostre que os próximos dias terão temperaturas baixas por aí. Existe uma diferença entre clima e tempo: quando olhamos o clima do planeta, vemos que é algo bem mais abrangente do que só a previsão do tempo. É a Climatologia, o estudo de tempo no longo prazo, que explica isso. Já a previsão do tempo é sobre a situação momentânea da atmosfera em um determinado local. 

A Climatologia mostra que as temperaturas médias estão subindo. São recordes atrás de recordes. Exemplos disso: em 2020, os meses de janeiro e maio já tiveram as maiores temperaturas em comparação com esses mesmos meses só que de anos anteriores. 

A previsão é que 2020 seja o ano mais quente da história

Ativistas do Greenpeace na Alemanha em protesto contra as usinas de carvão, que agravam os efeitos das mudanças climáticas. (Foto:

© Greenpeace)

Um estudo da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, da sigla em inglês) apontou que 2020 tem tudo para ser o ano mais quente já registrado. E, mesmo que isso não aconteça, 2020 vai ficar no ranking dos cinco anos mais quentes da nossa História desde que as medições começaram. A NOAA diz que a chance de concretização desse cenário é de 99,9%.

A culpa de todo esse calorzão que nos espera são as mudanças climáticas, também conhecidas popularmente como aquecimento global. Elas são decorrentes do acúmulo de gases de efeito estufa que nós, humanos, estamos jogando na atmosfera desde a Revolução Industrial. A principal fonte desses gases são os combustíveis fósseis, como o petróleo, o carvão e o gás natural. Já no Brasil, a maior parte das emissões vem do desmatamento, principalmente da Amazônia. Esse é o bioma com mais risco de desaparecimento no país. Portanto, o desmatamento lá gera danos a todos nós, onde quer que estejamos. Precisamos mudar a lógica de como produzimos, como geramos energia e como usamos os recursos naturais. 

“Ah, mas aqui onde eu moro eu tenho até aquecedor e lareira. Um calorzinho não vai fazer mal”, você pode estar pensando. Não, não é ok. O calor que está chegando em regiões que eram frias causa grandes estragos. Em junho, a Sibéria registrou 38 ºC e o calor fora do normal causou incêndios florestais. Outro exemplo aconteceu na Antártida. Em fevereiro, o continente que costuma ser o mais gelado da Terra bateu recordes de temperaturas com termômetros a 18,3 ºC e 20,75 ºC. E um dos impactos registrado é queda da população de pinguins.

Além disso, o aumento das temperaturas médias vem junto a uma série de desregulações nos sistemas climáticos, que vai piorar os eventos extremos. Chuvas mais intensas, furacões mais devastadores, ciclones onde antes não existia, alagamentos em cidades não preparadas e até secas castigando regiões de floresta e de cultivo de alimentos. Todos esses são efeitos colaterais das mudanças climáticas, são conhecidos dos cientistas e já estão acontecendo. 

O que eu posso fazer para mudar isso?

Agora que você sabe como vai ser o amanhã, tem duas coisas que você pode fazer. Uma é conhecer a história de pessoas que já estão sendo impactadas pelas mudanças climáticas. Assista o webdocumentário O amanhã é hoje. A outra é fazer parte do Movimento Pelo Clima, nossa rede de pessoas preocupadas com o amanhã, mas que já querem agir hoje. Faça parte desse movimento e fique por dentro de nossas atividades e comunicações.

A previsão para amanhã pode ser preocupante, mas ainda dá tempo de agir. Temos que nos unir agora se quisermos garantir que as estações do ano e os dias de sol ou chuva mantenham seu equilíbrio natural. O problema pode parecer para amanhã, mas a solução está no agora. 

Sem a ajuda de pessoas como você, nosso trabalho não seria possível. O Greenpeace Brasil é uma organização independente - não aceitamos recursos de empresas, governos ou partidos políticos. Por favor, faça uma doação hoje mesmo e nos ajude a ampliar nosso trabalho de pesquisa, monitoramento e denúncia de crimes ambientais. Clique abaixo e faça a diferença!