Depois de vender blocos na Amazônia Legal, leilão de hoje vai oferecer áreas próximas ao Parque Nacional de Abrolhos
Organizações socioambientais publicaram na última quarta-feira (9 de outubro) uma carta aberta à Agência Nacional do Petróleo (ANP) exigindo que blocos de petróleo e gás natural não sejam ofertados em áreas consideradas ambientalmente sensíveis. Parte desses blocos será leiloada hoje, outros já foram vendidos em setembro, e o maior número segue nos planos da ANP para os próximos leilões da chamada Oferta Permanente.
“É inadmissível que o Governo coloque em risco nosso patrimônio natural para que empresas lucrem com a exploração de uma fonte de energia fóssil, e um dos maiores vetores de mudanças climáticas no mundo”, diz um trecho da carta. As organizações que assinam são Greenpeace Brasil, Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil, International Rivers – Brasil, Operação Amazônia Nativa (OPAN), Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental – FMCJS, Fórum Brasileiro de Ongs e Movimentos Sociais pelo Meio Ambiente – FBOMS, Associação Alternativa Terrazul, Comitê de Energia Renovável do Semiárido – CERSA, Instituto Madeira Vivo – IMV, Sociedade Angrense de Proteção Ecológica – SAPÊ, Instituto Augusto Carneiro, Movimento Paulo Jackson – Ética, Justiça, Cidadania, Articulação Antinuclear Brasileira e Instituto Panamericano do Ambiente e Sustentabilidade.
O documento destaca que o Ministério Público Federal já se opôs à venda blocos da Bacia de Camamu-Almada e na Bacia de Jacuípe. Segundo uma nota técnica do Ibama, em caso de acidente com derramamento de óleo, os impactos físicos, biológicos e socioambientais podem afetar o complexo recifal do Banco de Abrolhos, que apresenta a maior biodiversidade marinha do oceano Atlântico Sul.
Outra área de atenção é o Grande Sistema Recifal Amazônico, conhecido popularmente como “Corais da Amazônia”. O governo ofertou blocos na costa brasileira que apresentam a ameaça ao ecossistema em caso de derramamento de óleo.
Há blocos também sendo vendidos nas proximidades de Unidades de Conservação e Terras Indígenas na Amazônia Legal, nos estados do Amazonas e Maranhão.
“Faz um mês que estamos assistindo a uma série de manchas de petróleo atingindo o litoral do Nordeste, causando a morte de animais e impactando atividades econômicas. Isso mostra um dos efeitos colaterais de uma atividade exploratória, que já deveria estar no passado. E deixa claro o despreparo do governo em tomar medidas em casos de contingência”, afirma Marcelo Laterman, da campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
“Num momento em que o mundo todo está discutindo a urgência em se combater a emergência climática, investir em combustíveis fósseis é caminhar na contramão. E é inadmissível que o governo imponha tamanha ameaça à sociedade brasileira travestida de desenvolvimento”, diz.
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Discussão
concordo com vcs isso é horrível não podemos deixar que isso continue a ocorrer vamos fazer uma mobilização na internet.