Em sua quarta versão, o relator incorporou uma série de propostas que tornam o licenciamento “a exceção, não a regra”. Projeto tramita em caráter de urgência e pode ir para votação a qualquer momento.

Toras de madeira provenientes de plano de manejo florestal no pátio de uma unidade de conservação.
Após prometer que buscaria um consenso entre ambientalistas e ruralistas para o projeto de licenciamento ambiental, Kim Kataguiri optou pela destruição do meio ambiente. Sua proposta transforma o licenciamento em um mero instrumento burocrático, enfraquecendo a proteção ambiental, reduzindo a participação das populações impactadas e trazendo insegurança jurídica para os próprios empreendedores.
Segundo Marcio Astrini, Coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace Brasil, “a proposta é absurda e praticamente acaba com o sistema de licenciamento. Pior, é apresentada ao mesmo tempo em que temos um aumento escandaloso do desmatamento. Parece que o relator nomeado por Rodrigo Maia está achando pouco toda a destruição ambiental que o governo Bolsonaro está promovendo no país”.
Em resposta, 84 organizações da sociedade civil, entre elas o Greenpeace, assinaram uma nota de repúdio à proposta apresentada pelo deputado. Leia a nota aqui.
A proposta é também criticada pela comunidade científica. Em nota, a Coalizão Ciência e Sociedade, que reúne mais de 60 pesquisadores de todo o país, ressalta que há “pontos no projeto que, se aprovados, comprometerão frontalmente a conservação de um ambiente saudável para a população brasileira presente e futura”.
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Discussão
O Projeto de Lei 2942/19 permite o aproveitamento de dados de licenciamentos ambientais anteriores no caso de empreendimentos ou atividades geograficamente próximas. Conforme a proposta, já aprovada pelo Senado, o aproveitamento de estudos ambientais só será permitido se os dados do licenciamento anterior forem compatíveis em termos de localização e adequados quanto à metodologia de coleta, ao esforço amostral e à época de levantamento ou seja, não existe nenhum impacto negativo já que o estudo foi sim realizado e os dados são validos seguindo o carater imposto pelo projeto.