Para ampliar a ambição climática, Conferência em Belém deverá acelerar o fim dos combustíveis fósseis e traçar um plano para zerar o desmatamento, além de ampliar a adaptação e o apoio financeiro aos países mais vulnerabilizados.

Queimada próxima ao Rio Tefé, seco devido à estiagem, em Tefé, Amazonas. Em 2023 e 2024, a Amazônia enfrentou uma forte estiagem, que secou leitos de rios e lagos em diversos municípios, deixando populações isoladas e animais mortos. O fenômeno de vazante dos rios, que acontece naturalmente, foi potencializado pela combinação de El Niño e calor extremo, devido às mudanças climáticas, causando uma emergência ambiental sem precedentes.
O relatório síntese Relatório de Síntese das Contribuições Nacionalmente Determinadas de 2025 (NDC Synthesis Report 2025) publicado pelas Nações Unidas nesta terça-feira (28) mostra que, apesar de avanços em relação às NDCs anteriores, as novas contribuições nacionais são muito inferiores à redução necessária para manter viva a principal meta do Acordo de Paris, de limitar o aquecimento global a 1,5ºC.
“Se as novas NDCs apresentadas forem efetivamente cumpridas, este relatório da ONU indica que as emissões globais irão reduzir em 17 % até 2035 em relação à 2019, uma redução muito baixa comparada à redução necessária indicada pelo IPCC, de 60% até 2035”, explica a especialista em política climática do Greenpeace Brasil, Anna Cárcamo.
“O relatório da ONU deixa evidente que os compromissos climáticos atuais não bastam para garantir um futuro seguro. A COP30 deve responder de forma efetiva para ampliar a ambição e a justiça climática, acelerando o fim dos combustíveis fósseis e do desmatamento, e ampliando a adaptação e o apoio financeiro aos países mais vulnerabilizados”, complementa Cárcamo.
A especialista também chama atenção que o relatório síntese das NDCs lançado nesta terça-feira avaliou apenas as 64 NDCs que foram apresentadas até o final de setembro de 2025, menos da metade dos países membros do Acordo de Paris.
“Países grandes emissores, como a União Europeia e a China, ainda não apresentaram oficialmente suas NDCs. Às vésperas da COP30, esperamos que todos os países apresentem suas novas NDCs antes de Belém, para que possamos ter uma real avaliação do tamanho da ambição climática – ou da falta dela – para contermos a emergência climática”, alerta Cárcamo.
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