Durante 10 dias, artivistas de diferentes lugares do Brasil compartilharam arte, experiências e o desejo comum de construir um mundo mais justo, seguindo a política do bem viver.

Créditos: Lais Cruz @olalais / Sato do Brasil @satodobrasil e Alnilam Orga @alnilamorga
Artivistas em Residência Megafone | Créditos: Lais Cruz @olalais / Sato do Brasil @satodobrasil e Alnilam Orga @alnilamorga

A primeira residência artivista Megafone reuniu, durante dez dias, 20 artivistas de oito estados brasileiros com o desejo comum de compartilhar, debater e coexistir na lógica do bem viver, compartilhando experiências, alimentando redes e fortalecendo  as lutas. 

Ao propor a convivência harmônica entre indivíduos e natureza, nosso encontro se desdobrou em propostas que possibilitam repensar a lógica de produção e consumo, assim como repensar possibilidades através de ações apresentadas durante os 10 dias em que estivemos unidos e unidas. Durante a vivência, inúmeros projetos foram compartilhados, várias trocas realizadas e a expansão de possibilidades nos foram apresentadas.

Conhecer pessoas generosas, guerreiras, vivas e inspiradoras, atuando em espaços comunitários, desafiando políticas globais e cooperando em coletividade perpassa pela política do “BEM VIVER”. Presenciamos produções autônomas, renováveis e autossuficientes, salvaguardando nossa cultura, protegendo nossa Mãe Terra, cuidando de nossa ancestralidade e repensando nosso lugar no mundo, no qual todos e todas deveriam ter seu lugar. 

O bem viver, mais do que conceito, é uma experiência, uma quebra de paradigmas para superar o fatalismo do desenvolvimento, reatar a comunhão entre humanidade e natureza e revalorizar diversidades culturais e modos de vida suprimidos pela homogeneização imposta pela cultura ocidental.

Vivemos em um sistema de desigualdades gritantes, em espaços territoriais diversos e modos de vida suprimidos pela hegemonia do capital financeiro. A globalização capitalista e suas formas de atuação têm afastado comunidades, dizimado culturas, assassinado pessoas e devastado o meio ambiente, afetando a identidade dos povos, a liberdade de expressão e o direito de ir e vir da população. 

A riqueza se concentra cada vez mais de maneira desenfreada, ao passo que inúmeras comunidades sobrevivem em regime de pobreza, exclusão e perda de direitos. A midiatização do comportamento “viver melhor” é ilusório e produz padrões de consumo no imaginário popular que ignoram a experiência harmoniosa entre indivíduos e natureza, provocando um modus operandi de frustração, espoliação e morte.

A possibilidade de agir nos coloca em lugar central. A vida nos interpela no horizonte. A ideia de construir de forma horizontal e lutar de forma democrática com ações diretas nas tomadas de decisões está alicerçada. Precisamos denunciar os devastadores efeitos das mudanças climáticas e combater toda e qualquer violação dos direitos humanos.

Créditos: Lais Cruz @olalais / Sato do Brasil @satodobrasil e Alnilam Orga @alnilamorga
Artivistas em Residência Megafone | Créditos: Lais Cruz @olalais / Sato do Brasil @satodobrasil e Alnilam Orga @alnilamorga

Um convite à ação conectada

Apesar de as artes plásticas e visuais não serem muito valorizadas em alguns lugares do país, artistas de outros estados aceitaram o desafio de ir até a “selva de pedra” que é São Paulo para compartilhar seus trabalhos e conhecer a realidade de quem vive naquele território. Nesse sentido, a residência artivista foi uma experiência bastante enriquecedora, que trouxe diálogo entre artistas visuais.

A produção do Megafone se dedicou a oferecer aos artistas atenção e cuidado pelo fato de cada pessoa vir de um lugar diferente, para viver uma experiência moldada dentro de um contexto geográfico cultural único.

Além da importância do reconhecimento da qualidade do trabalho de cada pessoa, as condições foram bastante favoráveis para desenvolver suas práticas artísticas, sejam músicos, escritores ou artistas visuais. Ali, foi possível conhecer muita gente interessante. De forma coletiva, pessoas de diferentes tradições e lógicas de organização assumiram um compromisso com a diversidade e a interação. 

Próximos passos

Todos os trabalhos resultantes dessa prática serão realizados por cada coletivo em seus respectivos territórios, assim como serão construídos coletivamente a partir da campanha do Voto Verde em 2022. Continue acompanhando essa jornada!

Artivistas em Residência Megafone | Créditos: Lais Cruz @olalais / Sato do Brasil @satodobrasil e Alnilam Orga @alnilamorga
Artivistas em Residência Megafone | Créditos: Lais Cruz @olalais / Sato do Brasil @satodobrasil e Alnilam Orga @alnilamorga

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