Há mais de 30 anos, o Greenpeace atua para proteger a Antártida. Agora, temos um novo desafio para o Continente de Gelo
Nossa relação com a Antártida é antiga. O Greenpeace foi a primeira organização a estabelecer um acampamento-base no Continente de Gelo, em 1987. A missão era criar um “Parque Mundial Antártico” e manter o continente fora das operações militares e das atividades petrolíferas. E conseguimos!

Acampamento-base no inverno na Antártida
O início de tudo
Nossa base operou no continente durante cinco anos, até 1991, quando conseguimos com que os países membros do Tratado Antártico e responsáveis pela governança da região adotassem um novo Protocolo Ambiental. Uma das vitórias mais importantes alcançadas nessa jornada foi a proibição de toda exploração mineral no continente por pelo menos 50 anos.
A base foi oficialmente desmontada após o sucesso do movimento. Desde então nunca deixamos de embarcar rumo à Antártida para confrontar os navios baleeiros e garantir a preservação de sua biodiversidade.

O navio quebra-gelo Gondwana era o responsável pelo reabastecimento da base
Novos desafios
No início de 2018 voltamos para a Antártida com mais uma missão ambiciosa: criar a maior área protegida da Terra. Nosso navio Arctic Sunrise passou por lá três meses para estudar a vida selvagem, os impactos do aquecimento global no continente e chamar atenção para a criação de um grande Santuário no Oceano Antártico, que garanta a preservação de focas, pinguins e baleias.

Pesquisador do Greenpeace coleta amostra de neve na Antártida
Ao chegarmos lá, nossa equipe descobriu outras ameaças para o Continente de Gelo. A poluição plástica despejada nos oceanos do mundo todo tem chegado aos gelados mares do extremo sul do planeta. Uma análise mostrou que microplásticos e elementos químicos estavam presentes nos materiais que coletamos na nossa expedição – incluindo amostras de água e neve da Antártida.
Esses elementos químicos são vastamente usados em muitos processos industriais e estão ligados a problemas de reprodução e desenvolvimento da vida selvagem. Essa é uma face cruel da quantidade de plástico que lançamos às águas do planeta. A previsão é que daqui 30 anos, os oceanos podem ter mais plástico do que peixes.

Navio Arctic Sunrise navega na baía de Charlotte, na Antártida
O Santuário
A pesca industrial do krill, um pequeno crustáceo que é base da cadeia alimentar de muitos animais na região, atingiu níveis predatórios e ameaça o equilíbrio de toda a biodiversidade antártica. A única forma de evitar isso e garantir a sobrevivência de pinguins, focas e baleias é inaugurar o Santuário no Oceano Antártico, uma área protegida de quase 2 milhões de km2 no Mar de Wedell.
A proposta vem sendo debatida na Comissão do Oceano Antártico, responsável pela administração do continente. E será votada na reunião que tem início em 22 de outubro. Daqui uma semana!
Por isso, precisamos pressionar os governantes dos 23 países membros e da União Europeia para que defendam a criação do santuário e mostrem que não vão deixar a ganância das empresas passarem por cima da preservação da área que é considerada o “último deserto do mundo”.

Essa foca está aqui só esperando a aprovação do Santuário no Oceano Antártico.
Como eu posso ajudar?
O primeiro passo para alcançar a criação do Santuário no Oceano Antártico é espalhar essa missão para mais pessoas e criar um movimento de pressão aos governantes que fazem parte da Comissão do Oceano Antártico. Eles precisam saber que a população exige um futuro para o continente antártico que não passa pela exploração de suas riquezas naturais.
Outra forma de manifestar seu apoio à causa é acessar nossa petição, com mais de 2 milhões de assinaturas, e se juntar a esse movimento:
Sem a ajuda de pessoas como você, nosso trabalho não seria possível. O Greenpeace Brasil é uma organização independente - não aceitamos recursos de empresas, governos ou partidos políticos. Por favor, faça uma doação hoje mesmo e nos ajude a ampliar nosso trabalho de pesquisa, monitoramento e denúncia de crimes ambientais. Clique abaixo e faça a diferença!