Proibidos pela organização da COP29, no Azerbaijão, de cantar e bater palmas, os ativistas se posicionaram em frente às salas onde ocorrem as plenárias da Conferência e sussurraram músicas de protesto por cerca de meia hora

Foto: Marie Jacquemin

Em uma manifestação pacífica e silenciosa realizada nos corredores da COP29, a Conferência do Clima da ONU, ativistas do Greenpeace seguraram banners com os dizeres “Façam os poluidores pagarem”; “Parem de perfurar; comecem a pagar” e “Justiça climática”. A organização está em Baku, no Azerbaijão, e acompanha as negociações da COP29. 

“Apelamos aos líderes mundiais que não se esqueçam da decisão final da COP28, de abandonar os combustíveis fósseis, e que agora, na COP29, responsabilizem aqueles que causaram a crise climática global que vivemos: os grandes poluidores ligados à indústria dos combustíveis fósseis. Os grandes poluidores precisam arcar com o financiamento climático dos países em desenvolvimento”, diz a diretora executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali, que participou da manifestação. 

Proibidos pela organização da COP29 de cantar e bater palmas, os ativistas se posicionaram em frente às salas onde ocorrem as plenárias da Conferência e murmuraram músicas de protesto por cerca de meia hora. O protesto ocorreu antes da plenária de balanço da primeira semana da COP29 e pôde ser visto pelos negociadores, que se dirigiam às salas. 

Tendo como pano de fundo as eleições nos Estados Unidos e a retirada da delegação da Argentina das negociações da COP29, a primeira semana da Conferência teve progressos e muitos impasses no que diz respeito ao financiamento climático. 

Pessoas segurando uma placa

Descrição gerada automaticamente

“O Greenpeace pressiona os governos por um acordo para desbloquear trilhões de dólares, que deverão ir para medidas de mitigação, adaptação e perdas e danos nos países em desenvolvimento. Os ministros aqui presentes devem deixar Baku com um pacote financeiro ousado, que financie ações climáticas ambiciosas e forneça o apoio financeiro público desesperadamente necessário àqueles que estão na linha da frente desta crise. O financiamento climático deve ser sustentado por mecanismos que façam com que os poluidores paguem pelos danos que os seus produtos infligiram às comunidades e ecossistemas vulneráveis. É hora das empresas de combustíveis fósseis pagarem pela gigantesca destruição que causaram”, afirma o chefe da delegação do Greenpeace na COP29, Jasper Inventor.

Fazer os poluidores pagarem

Uma das demandas do Greenpeace aos negociadores pede a recomendação de criação de impostos domésticos sobre a extração de combustíveis fósseis, com aumentos anuais, combinados com impostos sobre lucros excedentários e outras taxas. Este dinheiro pode ser revertido, sob forma de financiamento público, para medidas de adaptação, mitigação e perdas e danos nos países em desenvolvimento.

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