Garimpo localizado no Parque Nacional dos Campos Amazônicos (AM) – o parque protege, na floresta amazônica, uma área de savana. Foto: © Marizilda Cruppe / Greenpeace

Em um período de apenas dois meses, entre setembro e outubro, 330 hectares de áreas protegidas na Amazônia foram desmatados pelo garimpo. Os dados fazem parte do mais recente levantamento do Greenpeace Brasil, realizado via satélite, que revela que a exploração já ocupa um total de 13.814 hectares em 15 Unidades de Conservação do bioma. 

A atividade garimpeira foi identificada principalmente em Unidades de Conservação (UC) situadas nas bacias dos rios Tapajós, Crepori, Jamanxim, Maués-Açu e Abacaxis, na divisa entre os estados do Pará e Amazonas. Os dados mostram uma expansão do garimpo nessa região, intensificando a pressão sobre áreas protegidas.

As Unidades de Conservação de Uso Sustentável são as mais afetadas, como a Floresta Nacional do Amanã, no Pará, que registrou 102,86 hectares de novas áreas de garimpo, e a Estação Ecológica do Alto Maués, no Amazonas, que, apesar de seu status de proteção integral, perdeu 47,89 hectares no mesmo período.

Ranking das Unidades de Conservação mais impactadas pela atividade garimpeira. Crédito: Greenpeace Brasil

A apuração realizada pelo Greenpeace Brasil revela que infraestruturas ilegais, como pistas de pouso, estão amplamente associadas à atividade garimpeira. Somente na Floresta Nacional do Amanã, 53 pistas clandestinas foram identificadas a menos de 5 km das áreas de garimpo, evidenciando o uso intensivo dessas estruturas para escoamento de materiais e reforço da atividade ilegal.

Com mais de três décadas de atuação na defesa do meio ambiente, o Greenpeace Brasil ressalta a urgência da adoção de medidas concretas para conter o avanço do garimpo. “Esse cenário evidencia que a atividade garimpeira – um dos grandes vetores de destruição da Amazônia na atualidade – continua avançando na região.  É imprescindível que haja um reforço no combate a essa atividade ilegal, que continua ameaçando rios, biodiversidade, povos indígenas e comunidades tradicionais”, afirma Jorge Eduardo Dantas, coordenador da Frente de Povos Indígenas do Greenpeace Brasil.

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