Última conversa entre países antes da COP30 envia sinais positivos sobre multilateralismo e cooperação, mas Pré-COP não toca em pontos urgentes sobre implementar metas já acordadas no Balanço Global de Paris, na COP28. 

 Agora, Brasil precisa liderar, enquanto presidência da COP30, a adoção de um plano de trabalho de combate ao desmatamento global até 2030.

Na última segunda (13), em Brasília, Greenpeace pede ação pelas florestas. Crédito: © Cristiane Silva / Greenpeace

Brasília, 14 de outubro de 2025 – A Pré-COP30 chegou ao fim, nesta terça-feira (14), sem que um assunto central para a COP30 e para a implementação do Balanço Global do Acordo de Paris (GST) tenha ganhado destaque nas conversas entre as 67 delegações presentes: a proteção das florestas. Se o mundo quiser alcançar as metas do Acordo de Paris e deter os efeitos devastadores das mudanças climáticas, o Greenpeace alerta que é urgente zerar e reverter o desmatamento e a degradação florestal global até 2030 – metas previstas nos artigos 33 e 34 do GST.

“Onde estão as florestas nas negociações da COP30? Afinal, um dos grandes diferenciais da COP30 é que ela acontece na maior floresta do planeta, que tem papel central no combate e adaptação à crise climática, mas que também está à beira do colapso. Na Pré-COP30, última rodada de conversas antes de Belém, não vimos os países se engajarem em torno de conversas sobre a urgente proteção das florestas”, afirma a especialista em política internacional do Greenpeace Brasil, Camila Jardim. 

Entre os pontos positivos da Pré-COP,  o Greenpeace destaca que houve um indicativo de avanço no alinhamento entre os 67 países presentes em Brasília.

“Agora, esperamos que o clima positivo de multilateralismo e cooperação entre os países seja confirmado em Belém”, destaca Jardim.

Expectativa para a COP30

A COP30 deve dar início a uma nova fase de ação climática acelerada e transformadora – não há tempo a perder.

“Contamos com a liderança do Brasil na COP30 para dar à agenda florestal a devida relevância nas negociações climáticas e garantir um legado global para a proteção das florestas e de seus povos. A COP30 precisa avançar num plano de ação global para acabar com a destruição das florestas até 2030 ”, diz Jardim.

“A COP30 pode ser um marco, mas precisa combinar habilidade diplomática com uma visão ousada, pressionando por resultados tangíveis e lembrando ao mundo que, enquanto alguns investem em guerras, a verdadeira batalha deve ser contra a crise climática”, complementa.

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