Hoje, 5 de setembro, é o Dia da Amazônia, uma data para lembrar que a maior floresta tropical do planeta é essencial para a vida, para o clima, para o presente e o futuro de todos nós.

A cada instante, a Amazônia pulsa vida. Ela respira, dança e canta por meio de uma infinita diversidade de plantas e animais, muitos ainda desconhecidos pela ciência.

Ela é casa de povos originários e comunidades tradicionais há dezenas de milhares de anos, que resistem para proteger seu território e modos de vida. É território urbano também, abrigando milhões de pessoas em grandes cidades. 

A Amazônia é uma fonte de vida única, insubstituível, potente, mas ao mesmo tempo vulnerável. Neste dia especial, compartilhamos 10 motivos inspiradores para respeitar este bioma único e agir em defesa dele:

1. A maior floresta tropical do mundo

A Amazônia se estende por nove países da América do Sul e cobre 6,7 milhões de km². Para se ter ideia, é duas vezes maior que a Índia. Cerca de 60% da floresta está no Brasil. Depois dela, as maiores florestas tropicais contínuas estão no Congo e na Papua.

A bacia do rio Tapajós, próxima à Terra Indígena Sawré Muybu, abriga o povo Munduruku, no estado do Pará, Brasil. O governo brasileiro planeja construir 43 barragens na região. A maior barragem planejada, a de São Luiz do Tapajós, impactará a vida de povos indígenas e comunidades ribeirinhas. Barragens como essas ameaçam o frágil bioma da Amazônia, onde os rios são fundamentais para a regeneração e distribuição de espécies vegetais e para a sobrevivência da flora local. Energias renováveis, como a solar e a eólica, são a chave para o futuro energético do Brasil.
© Rogério Assis / Greenpeace

2. Um dos ecossistemas mais biodiversos da Terra

A Amazônia abriga cerca de 10% de todas as espécies conhecidas de plantas e animais do planeta. Araras-azuis, onças-pintadas e botos-cor-de-rosa são apenas alguns exemplos da vida exuberante que pulsa na região. Em certos pontos, um único hectare pode reunir mais de 300 espécies de árvores – mais do que em toda a Europa.

Pesquisas apontam pelo menos 2.406 espécies de peixes, 427 de anfíbios, 371 de répteis, 1.300 de aves e 425 de mamíferos. E isso sem contar os milhões de insetos e invertebrados já identificados.

Dois garotos Munduruku caminham ao longo de um rio segurando lanças. O povo Munduruku habita a região de Sawré Muybu, no coração da Amazônia, há gerações. O governo brasileiro planeja construir uma série de barragens na bacia do rio Tapajós, o que ameaçaria gravemente seu modo de vida. Os Munduruku exigem a demarcação de seu território, o que garantiria proteção contra tais projetos. Além de preservar seu modo de vida, a demarcação de Sawré Muybu garante a conservação de 178.000 hectares de floresta amazônica.
© Anderson Barbosa / Greenpeace

3. Casa de milhões de povos indígenas

Mais de 390 povos indígenas vivem na Amazônia, incluindo cerca de 137 grupos isolados que escolheram não ter contato com o mundo exterior. Ao todo, estima-se que cerca de 3 milhões de indígenas habitam a região.

No Brasil, mais da metade da população indígena vive na Amazônia. Ela também é território de comunidades tradicionais como seringueiros, ribeirinhos e quilombolas, que convivem em harmonia com a floresta há gerações.

4. Mais de 40 milhões de habitantes

A Amazônia também é urbana. Cidades como Manaus, com 2,2 milhões de habitantes, e Belém, que sediará a COP30 em novembro de 2025, fazem parte desse território.

A vida dessas populações está profundamente ligada à floresta, que fornece alimentos, água e regula o clima local. Quando a fumaça dos incêndios florestais cobre os céus, afeta diretamente a saúde de crianças, idosos e de todos que vivem na região.

Territórios Indígenas na Amazônia enfrentam uma combinação devastadora de seca extrema e incêndios florestais, impulsionados pela intensificação das mudanças climáticas e atividades criminosas decorrentes de garimpo ilegal e outras práticas de exploração. Esses eventos têm impactos severos sobre o meio ambiente e as comunidades locais, especialmente na Terra Indígena Capoto-Jarina, localizada na região do Alto Xingu, no Mato Grosso. Além da gravidade da situação, existe a falta de políticas públicas eficazes para mitigar e responder a esses fenômenos, deixando as populações vulneráveis ​​ainda mais expostas aos efeitos da crise climática.
© Marizilda Cruppe / Greenpeace

5. Essencial para o clima global

A Amazônia armazena cerca de 123 bilhões de toneladas de carbono em sua vegetação e no solo, funcionando como um gigantesco “estoque de carbono”. Mas áreas devastadas já estão emitindo mais CO₂ do que absorvem, o que ameaça o equilíbrio climático do planeta. Proteger a Amazônia é proteger o futuro de todos.

6. Incêndios não são naturais

Ao contrário de regiões como Califórnia ou Mediterrâneo, os incêndios na Amazônia não acontecem de forma natural. Eles são provocados pelo desmatamento, muitas vezes ilegal, para abrir espaço para agricultura e pastagem. Esse uso do fogo devasta a biodiversidade, prejudica a saúde das populações locais e intensifica a crise climática.

Gado de pecuária, próximo a uma área recentemente desmatada e queimada, em Candeias do Jamari, Rondônia. A Amazônia continua coberta de fumaça e dilacerada por uma destruição criminosa e desenfreada, segundo sobrevoos realizados pela Aliança Amazônia em Chamas, organizada pela Amazon Watch, Greenpeace Brasil e Observatório Brasileiro do Clima. A expedição ocorreu nas cidades de Porto Velho (Rondônia) e Lábrea (sul do Amazonas).
© Victor Moriyama / Amazônia em Chamas

7. Pecuária: principal motor do desmatamento

A expansão do agronegócio é a principal causa de destruição da floresta. Estima-se que 90% das áreas desmatadas na Amazônia brasileira tenham virado pasto para produção de carne e laticínios. Isso significa que até os alimentos que consumimos podem estar ligados ao desmatamento. É urgente exigir cadeias produtivas livres de destruição e maior proteção para a floresta.

8. Mineração ilegal ameaça povos indígenas

Entre 2018 e 2022, a mineração ilegal de ouro em terras indígenas no Brasil cresceu 265%. Essa atividade destrói rios, envenena comunidades com mercúrio e leva violência e morte a territórios tradicionais. Ela não afeta apenas os povos indígenas: estudos mostram que peixes contaminados por mercúrio já estão sendo vendidos em mercados de grandes cidades amazônicas, colocando milhões de pessoas em risco.

Demarcada em 1985, a Terra Indígena Sararé permanece sitiada por milhares de garimpeiros que brincam de gato e rato com as forças de segurança e proteção ambiental. Lar do povo Nambiquara, o território de 67 mil hectares tem sido sistematicamente destruído pela ação de centenas de escavadeiras hidráulicas que, dia e noite, aprofundam o drama de um povo refém de sua própria casa. Bem próximo às sete aldeias que abrigam uma população de 250 pessoas, e que ocupam quase metade do território, a mineração continua se expandindo e inviabilizando o modo de vida Nambiquara, ignorando o direito dessa população de viver de acordo com seus costumes e tradições.
© Fabio Bispo / Greenpeace

9. A Amazônia está perto do ponto de não retorno

Cerca de 17% da floresta já foi desmatada. Cientistas alertam que, se a destruição chegar a 20–25%, a Amazônia pode perder a capacidade de gerar sua própria umidade, levando a menos chuvas, temperaturas mais altas e um ciclo irreversível de degradação.

O resultado seria a transformação de grandes áreas em uma savana degradada, incapaz de sustentar sua biodiversidade única, com consequências catastróficas para o clima e para a vida no planeta.

10. A COP30 será na Amazônia

Em novembro de 2025, Belém sediará a COP30, a mais importante conferência climática da ONU. Representantes de quase todos os países do mundo se reunirão para negociar medidas urgentes contra a crise climática. Esse é o momento de exigir que governos apresentem um plano para zerar o desmatamento das florestas até 2030 e apoiem soluções reais, que já existem – elas estão nos modos de vida dos povos indígenas e comunidades tradicionais. 

Proteger a Amazônia não é apenas salvar uma floresta: é garantir uma relação equilibrada com a natureza e abrir caminho para um planeta seguro e saudável para todas as formas de vida.

 Junte-se ao movimento e assine a petição para exigir respeito à Amazônia.

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