Liderança Kayapó entregou carta endereçada ao presidente Lula pedindo proteção aos povos indígenas da Amazônia.
O Cacique Raoni foi recebido pelo ministro Chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, e pelas ministras Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Marina Silva (Meio Ambiente) e Nísia Trindade (Saúde), primeiro dia de Cúpula da Amazônia (8), em Belém, Pará, para entregar uma carta endereçada ao presidente Lula.
Durante a entrega da carta, cacique Raoni cobrou medidas urgentes para a proteção dos povos indígenas, como a retirada de garimpeiros de seus territórios, o combate aos garimpos, à extração ilegal de madeira e aos demais crimes na Amazônia. O líder Kayapó também pediu que o governo cumpra os compromissos assumidos com os povos indígenas.
Mais cedo, Raoni participou da Marcha dos Povos da Terra, em que centenas de indígenas de várias partes da PanAmazônia caminharam pelas ruas de Belém até o local onde acontecia a Cúpula da Amazônia, fechada aos governos dos oito países amazônicos.
“Nós Somos a Amazônia”
Além da carta de Raoni endereçada a Lula, os presidentes dos países amazônicos receberam de lideranças indígenas, nesta terça-feira, a Carta dos Povos Indígenas da Amazônia. Entre outras demandas, o documento pede:
- Até 2025, todas as terras indígenas da Bacia Amazônica sejam reconhecidas e demarcadas;
- A garantia dos Direitos Humanos a todos os povos da Bacia Amazônica;
- A segurança e proteção da vida,usos e costumes de todos os povos indígenas da Amazônia,com especial atenção à proteção segurança das mulheres, jovens, anciãos e anciãs;
- A conservação efetiva de, pelo menos, 80% da Amazônia até 2025, com o objetivo de atingir o desmatamento zero até 2030.
A Carta dos Povos Indígenas da Amazônia lembra os governantes que, apesar dos povos indígenas representarem apenas 5% da população mundial (segundo estimativa das Nações Unidas), eles são responsáveis por preservar cerca de 80% da biodiversidade do planeta.
“Sem nós, não haverá Amazônia; e, sem ela, o mundo que conhecemos não existirá mais, porque nós somos a Amazônia: sua terra e biodiversidade são o nosso corpo; seus rios correm em nossas veias. Nossos ancestrais não só a preservaram por milênios, como ajudaram a cultivá-la. Vivemos nela e por ela. E, ao longo dos séculos, temos dado nossas próprias vidas para protegê-la”, diz trecho da carta, que pode ser lida aqui.
Sem a ajuda de pessoas como você, nosso trabalho não seria possível. O Greenpeace Brasil é uma organização independente - não aceitamos recursos de empresas, governos ou partidos políticos. Por favor, faça uma doação hoje mesmo e nos ajude a ampliar nosso trabalho de pesquisa, monitoramento e denúncia de crimes ambientais. Clique abaixo e faça a diferença!