Grupo formado por representantes de várias etnias percorrerá 12 países europeus para mostrar a autoridades, empresas e sociedade europeia a realidade vivida pelos indígenas brasileiros
De 17 de outubro a 20 de novembro, uma comitiva de lideranças indígenas de diferentes etnias visitará 12 países europeus para denunciar a onda de violência que os povos originários do Brasil vêm sofrendo nos últimos tempos, em especial desde o início do governo Bolsonaro.
Realizada pela Articulação dos Povos Indígenas no Brasil (Apib), em parceria com outras organizações, a campanha Sangue Indígena: Nenhuma Gota a Mais quer pressionar o governos e empresas a cumprirem os acordos internacionais climáticos e de direitos humanos (inclusive direitos dos povos indígenas) dos quais o Brasil é signatário.
Para isso, as lideranças indígenas Sônia Guajajara, Célia Xakriabá, Angela Kaxuyana, Nara Baré, Elizeu Guarani Kaiowá, Kretã Kaingang, Alberto Terena e Dinaman Tuxá, farão a jornada para encontrar autoridades e representantes da sociedade europeia e denunciar a realidade dos povos indígenas brasileiros – que vivem um verdadeiro genocídio.
- Nascida entre os Guajajara/Tentehar, no Maranhão, Sônia Guajajara é coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e foi a primeira mulher indígena candidata a vice-presidenta do Brasil, em 2018
- Feminista de Minas Gerais, Célia Xakriabá busca estimular o protagonismo das mulheres indígenas em espaços institucionais. Como professora, ela luta pela reestruturação do sistema educacional, no apoio a jovens e mulheres Xakriabás
- Ao lado de outros líderes, Angela Kaxuyana participa ativamente da luta pela retomada da Terra Indígena Katxuyana-Tunayana-Oriximiná, que fica entre os estados do Pará e Amazonas, em uma área de floresta Amazônica preservada
- Vinda de uma região da Floresta Amazônica na fronteira com Colômbia e Venezuela, Nara Baré (AM) é defensora da educação indígena e tornou-se a primeira mulher a assumir a Coordenação Geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab)
- Nascido no Mato Grosso do Sul, Elizeu Guarani Kaiowá representa um dos povos indígenas que mais vêm sofrendo violência, porque habitam terras invadidas pelo agronegócio. De 2003 a 2013, 15 grandes lideranças foram assassinadas na região. Por lutar por seus direitos, Elizeu foi processado, ameaçado de morte, escapou de tiros em emboscadas e foi proibido de retornar à aldeia, onde deixou a família
- Kretã Kaingang é da Terra Indígena Mangueirinha, no interior do Paraná. Em abril de 2003, Kretã e o seu povo, Kaingang, ajudaram a criar o Acampamento Terra Livre, em Brasília, juntamente com os povos Guarani e Xoklêng. Hoje, o Acampamento é o maior fórum do movimento indígena brasileiro
- O professor Alberto Terena é pedagogo e especialista em gestão escolar. Atuou na Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena de 2004 a 2010. Hoje, ele integra o Conselho Terena, que defende direitos desse povo que vive no Mato Grosso do Sul
- De origem Tuxá, povo indígena que vive nos estados de Bahia, Pernambuco e Minas Gerais, o baiano Dinaman Tuxá é advogado na Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e na Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme)
A jornada começa na Itália durante o Sínodo dos Bispos para a Amazônia. Na sequência, as lideranças seguem para Alemanha, Suécia, Noruega, Bélgica, Holanda, Suíça, França, Portugal, Inglaterra e Espanha. Estão previstos encontros com autoridades e lideranças políticas, membros do Parlamento Europeu e da bancada verde, alto comissionado de órgãos de cooperação internacional, empresários, tribunais internacionais, imprensa, ativistas, ambientalistas e artistas.
Que denúncias serão feitas?
Os integrantes da Jornada Sangue Indígena vão apresentar dados levantados pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que comprovam a “explosão” das invasões a territórios indígenas em 2019. De janeiro a setembro deste ano, foram 160 invasões em 153 terras indígenas contra 111 casos do tipo em 76 territórios em 2018. O ano de 2019 nem acabou e já se contabiliza um aumento de 44% no total de ataques e de 101% no número de terras atingidas, em relação ao ano passado.
Outro relatório que será apresentado é o divulgado pela Apib e pela Amazon Watch, que comprovou como empresas europeias e norte-americanas, entre bancos, madeireiras e fabricantes de acessórios, financiam a devastação da Amazônia.
Discussão
Achei muito interessante e necessário esse trabalho, gostaria de ajudar, o que no momento não teno condições, pois tive muitos gastos com remédios e doença. Assim que der uma folga, farei uma doação de acordo com minhas posses. Parabéns, em frente com o trabalho, limpando nosso amado BRASIL de todo o tipo de sujeiras que envergonam os brasileiros de fé. OBRIGADA, um grande abraço....Maria Odete
Força na caminhada!
Por favor!!!! mudem-se para a Europa com os índios de vocês....
Somos povos guerreiros e nunca vamos desistir de lutar pelas nossas terras e florestas ,pois sem elas não temos vidas .meu apoio a todos vocês irmãos que estão aí nessa luta.
Vamos lutar por um futuro melhor.
Brilhante Amazonas de fato pertence aos índios e a próprio natureza seus donos é planeta terra todos tem o deve de lutar pela a preservação da Amazonas
Nosso dever como cidadãos é não calar a voz que chora pela natureza e pelos índios, mas gritar aos quatro cantos do mundo nossa indignação e nosso pedido de socorro.
Vamos retomar o Parlamento Ameríndio de Patchamamma, com representantes das nações indígenas da américa latina ! Krenak falou disso ontem, as mulheres brancas, indígenas, negras, todas irão apoiar ações e disseminar ! Eu tenho canais aqui, todas temos canais, chamem a Greta Thumberg pra presidir é um Parlamento de Interlocução entre os povos indígenas e sua visão cósmica, e a cultura branca que come o planeta, 1 representante de cada NACAO INDIGENA! Reunião urgente ptra salvar o planeta!