Greenpeace Brasil e outras 34 organizações assinam o documento enviado nesta quinta-feira (21). Veja as ações recomendadas a fim de se evitar tragédias como as que o Rio de Janeiro viveu no passado.

Storm Causes Landslides and Takes Hundreds of Lives in Petrópolis, Brazil. © Thomas Mendel / Greenpeace
Registro de fevereiro de 2022, após fortes chuvas causarem deslizamentos e alagamentos em Petrópolis, no RJ. Aquela havia sido a maior tempestade já registrada no município desde 1932.
© Thomas Mendel / Greenpeace

Diante do alerta de “chuvas extremas” que deverão atingir o estado do Rio de Janeiro entre 22 e 24 de março, 35 organizações e coletivos enviaram ao governador Cláudio Castro um ofício em que recomendam a adoção de cinco ações emergenciais, a fim de proteger a população e evitar tragédias como as ocorridas em eventos climáticos anteriores. 

Protocolado nesta quinta-feira (21), o ofício (leia aqui) é assinado pelo Greenpeace Brasil, Casa Fluminense, Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), Coalizão O Clima é de Mudança, Movimento Caxias, entre outras organizações socioambientais.

As ações recomendadas consideram, principalmente, os impactos desproporcionais de eventos climáticos extremos sobre determinados locais e grupos sociais. Dentre as recomendações, destacamos:

  1. Suspensão de aulas em todas as instituições de ensino localizadas em territórios impactados das fortes chuvas, assim como priorizar o trabalho remoto nestes locais durante o alerta;
  2. Gratuidade no sistema de transporte viário nas áreas de risco, a fim de garantir, principalmente, o  deslocamento da população até os locais de abrigamento do poder público municipal ou estadual;
  3. Reforço às ações, estrutura e efetivo da Defesa Civil durante o período de alerta e disponibilização do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Civil para suporte às operações de auxílio à população.  

O coordenador da frente de Justiça Climática do Greenpeace Brasil, Igor Travassos, comenta:

“Neste ofício, alertamos que os governos municipais precisam manter sempre a população informada sobre os locais seguros para abrigamento, partindo do princípio que a Prefeitura já tem um mapeamento de risco destes locais. Aliada a esta medida, a sugestão de gratuidade no serviço viário ou de oferta de transporte para os locais de abrigamento tem por objetivo evacuar as pessoas dos locais de risco antes do risco ser iminente. Além disso, consideramos que os ônibus são estruturas grandes e de peso relevante, que não sofrem os mesmos impactos dos veículos automotores de pequena capacidade”.

Travassos também destaca o pedido de suspensão das aulas e do trabalho presencial nas áreas de risco do estado.

“Suspender aulas e o expediente de trabalho nestes dias tem como objetivo diminuir a circulação das pessoas. Várias das mortes em tempos de fortes chuvas não acontecem somente em desmoronamento, mas também em casos em que as pessoas são arrastadas pelas correntezas e acabam se afogando”, diz Travassos.

A coordenadora da Casa Fluminense, Larissa Amorim, afirma:

“Essa lista de recomendações é um pedido de socorro das nossas favelas, bairros e cidades do Rio de Janeiro, que mais uma vez se movimentam em busca de soluções diante da previsão de tempo para o final de semana. Nós precisamos que o Governo do estado faça a sua parte para proteger vidas e reduzir perdas, evitando que mais uma grande tragédia aconteça. Não é a chuva que mata, e sim, a omissão.”

Veja também:

O alerta

O alerta de “chuvas extremas” para o estado do Rio de Janeiro foi emitido esta semana pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), que prevê 500 mm de precipitação acumulada entre 22 e 24 de março. O CEMADEN emitiu alerta de “risco muito alto” de eventos de alagamento, enxurradas e inundações dos córregos urbanos nas regiões metropolitana do Rio de Janeiro, Centro Fluminense (com destaque para a Região Serrana) e Sul Fluminense.

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