Da COP30 às periferias, entenda o que está em jogo em 2025 e como esses temas cruzam com o nosso dia a dia

Escola Estadual Raimundo Barbosa da Silva, área rural de Macapá (AM), 2025. © Marlon Vieira / Greenpeace

O Enem, Exame Nacional do Ensino Médio, está chegando, e um assunto que tem ganhado destaque nas apostas deste ano é a crise climática.

Com o agravamento dos impactos ambientais e a realização da COP30, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em Belém, o meio ambiente desponta como um dos temas prováveis no Enem.

Especialistas destacam que o exame reflete o momento vivido pelo país e desafia os estudantes a pensar criticamente o Brasil. Se a pauta socioambiental for tema de redação, é também um convite à reflexão sobre os desafios atuais e as soluções possíveis para enfrentar a crise climática.

Por ser a primeira conferência do clima realizada no Brasil, e na Amazônia, a COP30 é considerada um marco simbólico. O evento deve colocar em pauta metas globais de redução de emissões, preservação das florestas e justiça climática, tornando o debate ambiental ainda mais presente no cotidiano e nas provas.

A seguir, acesse cinco temas socioambientais que podem te ajudar a se preparar para o Enem e a entender por que é importante estar por dentro da pauta climática: mudanças climáticas, COP30, racismo ambiental, garimpo em Terras Indígenas e justiça climática.

As mudanças climáticas estão ligadas à perda da biodiversidade, à insegurança alimentar e às desigualdades que recaem de forma mais dura sobre as populações historicamente abandonadas pelo poder público.

O que são mudanças climáticas?

O que são eventos climáticos extremos?

A COP (Conferência das Partes) é o maior encontro internacional sobre mudanças climáticas, reunindo líderes, cientistas e representantes da sociedade civil para definir compromissos e metas de ação.

O que é a COP?

O que é a COP30?

Os moradores da Vila Sahy, no Litoral Norte de São Paulo, local mais impactado após as tempestades de 2023, viram suas casas serem soterradas e suas vidas serem ceifadas pela falta de políticas públicas de prevenção e adaptação climática para garantir territórios seguros. © Diego Baravelli / Greenpeace

O racismo ambiental ocorre quando os impactos das mudanças climáticas atingem de forma desigual comunidades negras, indígenas e periféricas.

 O que é racismo ambiental?

Exemplos reais de Racismo Ambiental:

Enchentes no Rio Grande do Sul, em 2024 

Deslizamentos em São Sebastião, Litoral Norte de São Paulo, em 2022

Seca na Amazônia, em 2024

Demarcada em 1985, a Terra Indígena (TI) Sararé, segue sitiada por milhares de garimpeiros que protagonizam um jogo de gato e rato com as forças de segurança e de proteção ao meio ambiente. Lar do povo Nambikwara, o território de 67 mil hectares tem sido sistematicamente desmanchado pela ação de centenas de escavadeiras hidráulicas que dia e noite aprofundam o drama de um povo que é refém de sua própria casa.
Muito próximo das sete aldeias que abrigam uma população de 250 pessoas, e espalhados por quase metade do território, o garimpo segue se expandindo e inviabilizando o modo de vida dos Nambikwara, ignorando o direito dessa população viver conforme seus costumes e tradições. © Fabio Bispo / Greenpeace

Ouro Tóxico: Greenpeace mostra deslocamento do garimpo ilegal e falhas no comércio global do ouro

Greenpeace Explica: Por que o garimpo é uma ameaça às Terras Indígenas

A cultura hip hop se uniu à luta por Justiça Climática na celebraçãodos doze anos da Batalha da Matrix, tradicional disputa de MCs realizada no Parque da Juventude, em São Bernardo do Campo (SP). Foi um encontro de vozes que ecoaram alto e com força as dificuldades e os saberes de quem sente na pele as consequências de uma sociedade desigual e injusta — abismos que se aprofundam em um contexto de crise climática.
Uma das fases da batalha teve como tema o “Batalha Pelo Clima”, incorporando as pautas da justiça climática e do racismo ambiental. A proposta foi fazer com que as rimas trouxessem à tona vivências, memórias e percepções das quebradas sobre a crise climática, evidenciando como as consequências dos eventos extremos se sobrepõem às vulnerabilidades e às desigualdades nos territórios periféricos. © Luan Braz / Greenpeace

Nas favelas, periferias, baixadas e comunidades tradicionais, a emergência climática já é realidade. Um em cada dez brasileiros já foi afetado por algum desastre ambiental, como enchentes, deslizamentos, ondas de calor ou de frio.

Mesmo diante do abandono do poder público, são essas comunidades que vêm criando respostas concretas: vizinhos limpam córregos antes das chuvas, mães organizam planos de emergência, jovens desenvolvem soluções para garantir água e alimento durante as secas.

Cartilha Por que lutar por Justiça Climática: para todas as pessoas que querem entender melhor a crise do clima

Como adaptar as cidades para a crise climática?

Racismo ambiental e mudanças climáticas: juventude periférica manda o recado na Batalha da Matrix

O que é justiça climática? 

Direito à moradia: o caso do Morro dos Macacos, em São Paulo

Compreender a crise climática é entender como o país se transforma: nas florestas, nas cidades e nas relações sociais.

Ao estudar esses temas, você não só se prepara melhor para o Enem, mas também fortalece sua visão crítica sobre o mundo e sobre o papel de cada um na construção de um futuro mais justo e sustentável.

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