Segundo dados do Deter/Inpe, em outubro foram detectados 903,86 km² com alertas de desmatamento na Amazônia, pior índice para o mês

Monitoramento de fogo e desmatamento na região entre Rondônia e sul do Amazonas, agosto de 2022 
. © Christian Braga / Greenpeace

Dados do sistema Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados hoje, revelam que de 1º a 31 de outubro foi registrada a maior área com alertas de desmatamento da série histórica para o mês. Foram 903,86 km² com alertas no mês, número maior (3%) do que o registrado em outubro de 2021, quando a área com alertas atingiu 876,56 km².

Gráfico traz série histórica anual do Programa DETER-B/INPE, com os acumulados de janeiro a dezembro. 

A destruição se concentrou no estado do Pará (48,12%), seguido de Mato Grosso (16,61%), Amazonas (15,76%) e Rondônia (7,59%). No acumulado de janeiro e outubro de 2022, houve recorde da série histórica: uma área total destruída de 9.494 km², superando o registrado nos outros anos inteiros da série, mantendo o padrão Bolsonaro de destruição.

Nesse período, dos cinco municípios que lideraram os alertas de desmatamento na Amazônia, três fazem parte da AMACRO, região entre o sul do Amazonas, norte de Rondônia e Acre, que vem se destacando nos últimos anos pelo rápido e violento avanço do desmatamento.

“Apesar de uma perspectiva mais otimista com o fim da política claramente antiambiental de Bolsonaro, as ações e omissões do governo ainda produzirão danos diretos e indiretos para a Amazônia e seus povos por algum tempo”, afirma o coordenador de Amazônia do Greenpeace Brasil, André Freitas.

Municípios com maior área com alertas de desmatamento entre janeiro e outubro de 2022. (Deter/Inpe)

O resultado final desta política para o Brasil e para o mundo deverá se confirmar definitivamente nos próximos dias, com a divulgação dos dados do Prodes (Inpe), que mede a taxa oficial de desmatamento na Amazônia e Cerrado em um ano, no período de agosto de um ano até julho do ano seguinte. 

“Será um enorme desafio reverter a situação atual, mas se o Brasil realmente quiser voltar a ser uma liderança no debate climático, esse é um caminho inevitável, e essa agenda tem pressa”, completa Freitas.

Este mês, acontece a 27ª Conferência das Partes, a COP27, e todo o mundo quer saber o que o Brasil fará daqui em diante para reverter o caos ambiental em que se afundou e como os países poderão trabalhar, juntos, para proteger a floresta e seus povos, com renda e dignidade para todos os brasileiros e brasileiras. Nós também queremos saber e vamos acompanhar de perto. 

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