Defender uma dieta digna para todas as famílias, com alimentos in natura e livres de agrotóxicos, ajuda a combater a fome e a cuidar do planeta
Em outubro celebramos o Dia da Agroecologia (3/10) e da Alimentação (16/10). É um mês importante para lembrar que comida saudável é um direito essencial para sustentabilidade do planeta. Ainda mais este ano, quando o Guia Alimentar da População Brasileira, referência mundial em nutrição, completa uma década.
No Brasil, o principal agravante da crise climática é a produção de alimentos, que representa 75% das emissões. Para mudar essa realidade, governos e empresas devem priorizar a agroecologia, que reduz os danos e as causas do aquecimento global, enquanto combate a fome e a insegurança alimentar que ainda afetam 36% dos lares brasileiros.
Mas não é o que temos visto, infelizmente.
Recentemente, a aprovação da lei do Pacote do Veneno autorizou mais agrotóxicos no Brasil, líder mundial em uso. Esses produtos agroquímicos causam degradação e doenças, fortalecendo um agronegócio predatório. Em agosto, o Greenpeace pediu a derrubada da nova legislação no Supremo Tribunal Federal, através da ADI 7701.
Além de romper com uso de venenos, promover a agroecologia é valorizar os agentes dessa transformação: a agricultura familiar e urbana, os povos indígenas e as comunidades tradicionais, como mostra o filme “Antes do Prato”, lançado pelo Greenpeace há um ano e que acumula exibições de norte a sul do país.
Quer assistir ao filme do Greenpeace, fazer uma sessão grátis ou acessar materiais exclusivos? Acesse: AntesdoPrato.org.br
Quanto mais a gente procura e cobra as autoridades por alimentos saudáveis, orgânicos e da agroecologia, maior será o apoio aos seus produtores e mais próximos estaremos de um sistema alimentar sustentável.
Até a COP 30, em Belém do Pará, os países participantes devem revisar suas metas climáticas (NDCs — Contribuições Nacionalmente Determinadas) e terão a oportunidade de integrar a agroecologia em suas estratégias de clima — atualmente, só 15 dos 194 países signatários do Acordo de Paris mencionam agroecologia nas NDCs, e o Brasil não é um deles.
“É um ciclo vicioso. Ao mesmo tempo em que as mudanças climáticas prejudicam as plantações e colheitas – aumentando os preços e a escassez de alimentos –, a nossa atual produção agroalimentar é a maior responsável pelo aquecimento global no Brasil”, explica Mariana Campos, porta-voz do Greenpeace Brasil.
“Por isso, a transformação ecológica dos sistemas alimentares precisa, urgentemente, ser incorporada na agenda política e climática“.
Você também pode fazer parte desse movimento pela solução!
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6 dicas para uma alimentação mais saudável e sustentável, inspiradas no Guia Alimentar da População Brasileira, do Ministério da Saúde:
1- Informação: Há muito conteúdo sobre comida e saúde, mas poucas fontes confiáveis. Use, compartilhe e fale do Guia Alimentar com sua família, amizades e colegas de trabalho.
2- Oferta: Ultraprocessados estão em toda parte, com MUITA propaganda e promoção. Para escapar das tentações, faça compras em feiras ou diretamente de produtores, dando preferência a alimentos agroecológicos e orgânicos da agricultura familiar.
3- Custo: O valor total de uma dieta in natura é mais barato se você preferir alimentos da estação, produzidos localmente e “comida feita na hora”. Não se esqueça de exigir dos governantes preços acessíveis, restaurantes populares e cozinhas comunitárias.
4- Habilidades Culinárias: A falta de transmissão de práticas e receitas entre gerações favorece o consumo de ultraprocessados. Exercite e valorize o ato de cozinhar e as tradições culinárias.
5- Tempo: Alimentação saudável requer dedicação. Para facilitar, planeje suas compras, organize a despensa, pense no cardápio da semana e aumente suas técnicas culinárias. Não se esqueça de chamar quem mora com você para compartilhar as tarefas da cozinha.
6- Publicidade: Ultraprocessados dominam os comerciais, atingindo principalmente adolescentes e crianças. Por isso, é crucial o diálogo sobre as funções dos anúncios em aumentar suas vendas e os direitos do consumidor.
Dica bônus: Sabe quando bate aquela dúvida do que comer? Use o guia! Lá tem várias opções deliciosas para se inspirar e, na dúvida, lembre-se sempre da famosa frase: “desembalar menos, descascar mais”.
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