Após um ano do maior desastre em Pernambuco, fortes chuvas deixam o Estado novamente em alerta. Greenpeace Brasil apoia a revisão do Plano Nacional de Adaptação para evitar novos desastres

Deslizamento de encosta durante as chuvas em Recife em 2022 | Foto: Guga Matos / JC Imagem

São Paulo, 26 de maio de 2023 – O próximo domingo (28) marca um ano do maior desastre que Pernambuco viveu neste século. Entre os dias 28 e 31 de maio de 2022, fortes chuvas assolaram Recife e causaram deslizamentos de encostas, resultando em 140 mortes, 122 mil pessoas desalojadas, 68 mil casas danificadas e 3 mil destruídas completamente, de acordo com dados do Sistema Integrado de Informações a Desastres (S2iD) do Ministério de Integração e Desenvolvimento Regional. Eventos extremos deste tipo têm sido cada vez mais recorrentes devido aos impactos das mudanças climáticas e atingem a população de maneira desigual, afetando territórios e pessoas em situação histórica de vulnerabilidade social. Diante deste cenário, é urgente que as cidades priorizem medidas de prevenção a catástrofe e adaptação, com objetivo de criar metas e estratégias governamentais para a gestão e redução desses riscos. Por isso o Greenpeace Brasil apoia a revisão do Plano Nacional de Adaptação para evitar novos desastres.

A capital de Pernambuco ocupa atualmente a 16ª posição no ranking de cidade mais vulnerável aos efeitos da mudança do clima no mundo, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). Um ano após o desastre, o Grande Recife volta a sofrer com fortes chuvas desde a madrugada de quarta-feira (24) e já enfrenta ruas e avenidas alagadas na região metropolitana. A prefeitura decretou estado de alerta máximo e escolas municipais de sete municípios tiveram as suas aulas suspensas. 

Eventos extremos não são coincidência

A tragédia ocorrida em Recife em 2022, em Petrópolis no mesmo ano, e também com as fortes chuvas que ocorreram no Litoral Paulista, em fevereiro de 2023, é o retrato explícito de um país que continua negligenciando a pauta de adaptação climática nas políticas públicas.

Para Rodrigo Jesus, porta-voz do Greenpeace Brasil, é inaceitável que a população de Pernambuco volte a sofrer esses impactos e que o poder público não tenha um  investimento em prevenção a catástrofe e adaptação em médio e longo prazo: “Depois do maior desastre ocorrido na história de Pernambuco, é inconcebível que a população esteja completamente vulnerável a um novo evento extremo programado. Precisaremos de mais 140 mortos para entender a gravidade da situação? Somente os decretos de calamidade pública e emergência não darão conta da complexidade que precisamos para resolver a crise climática.  É por isso que precisamos de mobilização para pressionar o poder público na revisão e implementação do Plano Nacional de Adaptação, para que o impacto dessas tragédias possam ser mitigadas, e que a população vulnerabilizada possa participar de todos os processos do planejamento”.

Greenpeace Brasil apoia a revisão do PNA

Implementado em 2016 pelo Ministério do Meio Ambiente, o Plano Nacional de Adaptação (PNA), junto com o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres, tem como objetivo criar metas e estratégias governamentais para a gestão e redução de riscos que crescem devido à crise climática, entretanto, ele não foi revisado pelo governo Bolsonaro e segue desatualizado e sem participação social. O Greenpeace Brasil lançou um abaixo assinado que convida toda a população a pressionar o governo para revisão e implementação do PNA para evitar novas tragédias como ocorrida em 2022 em Recife: “A revisão do PNA se faz muito necessária, considerando que é preciso implementar ações em áreas de riscos que já foram mapeadas no país, como é o caso de Recife. É preciso trabalhar em novas metas e estratégias, além de contar abertamente com a participação da sociedade, principalmente as populações em regiões vulneráveis, para que se possa conter esses eventos extremos”, finaliza Rodrigo.

Acesse o abaixo-assinado aqui

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