Kátia Abreu é pecuarista e senadora. Mas acha – vá saber o motivo – que entende mesmo é de ciência. Não faz nem 24h desde a última vez que ela atacou de pesquisadora. Nesta terça, logo depois que o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) soltou dados mostrando uma explosão do desmatamento em Mato Grosso, ela soltou nota em seguida, do alto do conhecimento científico que adquiriu à frente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA).
Falou em “distorção”, “manipulação” e sem pestanejar classificou o Imazon – uma das mais respeitadas instituições da Amazônia – de “má-ciência”. Ela se referia ao aumento de mais de 500% do desmatamento em Mato Grosso, apontado pelo Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD) do instituto. “Essa informação examinada isoladamente dá a impressão que o desmatamento na Amazônia voltou a crescer”, esbravejou ela, chateada. “No entanto, essa impressão é inteiramente improcedente e contrária aos fatos”, sentenciou, com uma autoridade de quem deve ter um satélite em casa para chegar a tal conclusão.
Diante da má-ciência e assinando pela CNA, Kátia fechou sua nota científica dizendo que os dados do Imazon não devem ser levados em conta, é tudo balela. “Entendemos que a análise sobre o desmatamento deve ser baseada em dados oficiais”, afirmou. Esses, os oficiais, acabaram de ser anunciados pelo governo. E dizem exatamente a mesma coisa que o Imazon. Algo a acrescentar, Kátia?
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