A convite do Greenpeace Brasil, ex-piloto e ganhador mundial de F1 visitou Amazônia e conheceu lideranças indígenas Kayapó

Cacique Raoni e Cacique Megaron conversaram com Vettel sobre a importância de proteger a floresta e garantir os direitos indígenas (Foto: Anna Santos/Greenpeace Brasil)

O ex-piloto e tetra campeão mundial de Fórmula 1, Sebastian Vettel, fez uma viagem à Amazônia no último fim de semana, a convite do Greenpeace Brasil, para conhecer de perto o bioma e as ameaças que atingem os povos indígenas.

Durante a visita, que ocorreu no estado do Mato Grosso, no Xingu, Vettel também conheceu Cacique Raoni Metuktire, reconhecido internacionalmente por sua atuação em prol dos direitos dos povos originários, além de ter acesso ao trabalho do Instituto Raoni e às iniciativas de educação do povo indígena Kayapó. 

“Todos foram extremamente amigáveis e receptivos. É definitivamente um mundo muito diferente do que eu estou acostumado, mas é muito interessante e inspirador ouvir diretamente os indígenas, entender como vivem suas vidas, mas também como estão em contato com o mundo fora de suas florestas e como estão lutando para garantir sua proteção”, disse Vettel ao Greenpeace Brasil.

Cacique Raoni recebeu Vettel na Aldeia Metuktire, às margens do Rio Xingu (Foto: Anna Santos)

Foram dois dias de agenda intensa. Além de navegar no Rio Xingu, o ex-piloto também interagiu com as crianças Kayapó e compartilhou diversos momentos com o Cacique Megaron Txucurramãe, com quem sobrevoou áreas de garimpo ilegal na T.I Kayapó, além de avistar o avanço do agronegócio na Amazônia.

Muitas emoções ainda estão correndo na minha cabeça. Muitas imagens e muitas coisas para digerir, mas definitivamente eu me sinto muito feliz e privilegiado de ter a oportunidade de conhecer os líderes das diversas comunidades, falar com eles e ouvir o que são os desafios que eles estão enfrentando dia a dia”, declarou o ex-piloto.

O encantamento com a floresta preservada dividiu espaço com a preocupação diante da destruição que assola o bioma.

“Estávamos no avião, olhamos para baixo e só vemos florestas. Parece que é infinito. Mas você olha para o horizonte e começa a ver terras aqui e lá, onde a floresta acabou. É bem difícil. Parece que houve uma operação e alguém pegou um bisturi e cortou partes da floresta. É muito brutal, mas agora podemos entender um pouco mais como se sentem essas comunidades”, contou Vettel.

Garimpo ilegal de perto

Um dos momentos mais marcantes da passagem de Vettel pela Amazônia foi um sobrevoo em áreas de mineração ilegal, na companhia do Cacique Megaron Txucurramãe. 

Segundo levantamento de dados do time de pesquisa do Greenpeace Brasil, a Terra Indígena Kayapó foi a mais afetada pela atividade garimpeira no último trimestre. Houve um aumento de 35% em comparação ao mesmo período do ano anterior, com 315 hectares devastados pelo garimpo.

“No sobrevoo, era possível ver a floresta mas também muitas áreas onde a mineração ilegal acontece e a natureza está sendo destruída. Parece que você tem uma visão do inferno. É realmente horrível ver o que aconteceu com a paisagem natural. E ver um ao lado do outro é um grande contraste. Acho que é importante nos tornarmos conscientes de que a mineração em busca de ouro não é algo que o mundo deveria fazer”, detalhou Vettel. “Foi bastante chocante ver a quantidade de destruição nessas áreas”.

Carolina Pasquali, diretora executiva do Greenpeace Brasil, também estava presente no sobrevoo e explica que o ex-piloto, que nos últimos anos têm se envolvido em uma série de iniciativas ambientais, estava interessado no diálogo com as lideranças kayapó, em entender o que causa o desmatamento e a destruição da floresta e quais são as perspectivas de futuro. 

“Vettel pôde fazer isso da melhor maneira, ouvindo diretamente de lideranças indígenas históricas e mergulhando em seus territórios e em sua luta pela garantia de seus direitos”, destaca Pasquali. 

Esperança

Apesar de presenciar tamanha destruição, ver a existência equilibrada entre natureza e indígenas despertou a atenção de Vettel. O ex-piloto acredita no fortalecimento das relações do restante da sociedade com os povos indígenas.

“É bom ver os sorrisos das pessoas, das crianças em particular. Estamos no centro da floresta, neste lugar ainda está muito intacto. Estou muito esperançoso para o futuro.

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