Para aproximar os moradores das grandes cidades da floresta, o Greenpeace trouxe para São Paulo a primeira experiência multissensorial de realidade virtual capaz de simular uma vivência dentro de uma aldeia indígena na Amazônia

Cápsulas simulam visita a uma aldeia do povo Munduruku, no Pará, com vídeo de realidade virtual e estímulos táteis, auditivos e olfativos (Luciana Camargo/Greenpeace)

A “Experiência Munduruku” leva o participante para uma viagem sensorial pelas belíssimas águas do rio Tapajós, no Pará, e o convida a conhecer a aldeia dos Munduruku e seu modo de vida, mostrando a intrínseca relação deste povo com suas matas e seus rios para proporcionar um melhor entendimento sobre a importância das florestas para os povos indígenas e para toda a humanidade.

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“O que estamos trazendo ao público brasileiro é uma experiência inovadora que une arte e ciência”, afirma Danicley de Aguiar, da Campanha de Amazônia do Greenpeace. “É uma oportunidade única para muitas pessoas que nunca puderam ir à Amazônia possam entender o que a floresta significa para os povos indígenas e comunidades ribeirinhas que dependem dela para sobreviver”.

Participante começa a sua experiência multissensorial na cáspula da exposição (Luciana Camargo/Greenpeace)

Para que a imersão aconteça, o visitante é acomodado em uma cápsula onde ele recebe estímulos por meio da visão, audição, tato e olfato. Para cada sentido há uma tecnologia desenvolvida especialmente para a experiência, como o filme de realidade virtual gravado na aldeia, “Munduruku: a batalha para defender o coração da Amazônia”.

Ana Poxo, coordenadora do Movimento de Resistência, Arnaldo Kaba, cacique geral do povo Munduruku, e Alessandra Korap, coordenadora da Associação do Médio Tapajós, estiveram na abertura da exposição (Luciana Camargo /Greenpeace)

A abertura da exposição ocorreu no último dia 1º de junho no Centro Cultural Correios, com a presença de mais de cem convidados, dentre eles, importantes lideranças indígenas do povo Munduruku, como o cacique geral Arnaldo Kaba, Ana Poxo, coordenadora do Movimento de Resistência, e Alessandra Korap, coordenadora da Associação do Médio Tapajós. “O primeiro impacto ao chegar em São Paulo foi o cheiro da cidade, é diferente do nosso. Na nossa terra sentimos o cheiro do chão da terra molhada, da floresta, e aqui não”, disse Alessandra.

Artistas cantam a música “Demarcação Já” durante a noite de abertura da exposição (Luciana Camargo /Greenpeace)

A noite também foi marcada com um show especial dos artistas Marlui Miranda, Felipe Cordeiro, Manoel Cordeiro, Carlos Rennó e Patricia Bastos, que cantaram a música “Demarcação Já”, e pela participação dos jovens do grupo de hip hop Oz Guarani, Vlad MC, Jeffinho e Mano Glowers, da aldeia Tekoa Pyau.

Prestigiaram também a abertura a atriz Luisa Micheletti, que relembrou, com emoção, a sua visita à terra dos Munduruku, no Tapajós, Erick Krominski, editor da Muito Interessante, Nátaly Neri, youtuber do canal Afros e Afins, e Érica Ribeiro, do canal Vai Trazendo, influenciadores digitais.

Alessandra Korup fala da luta do povo Munduruku pela demarcação de suas terras para convidados da noite de abertura da experiência (Luciana Camargo /Greenpeace)

A “Experiência Munduruku” faz parte do projeto do filme de realidade virtual “Munduruku: a batalha para defender o coração da Amazônia”, uma iniciativa do Greenpeace com o projeto The Feelies e o estúdio Alchemy VR.

Desde 2013, o Greenpeace é aliado do povo Munduruku na luta pela demarcação da Terra Indígena Sawré Muybu e contra a construção de hidrelétricas no Tapajós, buscando manter o rio livre e vivo. “Após 15 anos na invisibilidade, a demanda dos Munduruku pelo reconhecimento oficial do território de sua terra Sawré Muybu foi reconhecida pela Funai, mas há mais de um ano que o processo de demarcação desse território está parado”, explica Danicley.

Assine você também a petição da campanha Salve o Coração da Amazônia: www.tapajos.org


Nátaly Neri, youtuber do canal “Afros e Afins”, e Érica Ribeiro, do canal “Vai Trazendo”, influenciadoras digitais, também querem a Demarcação Já dos territórios indígenas (Luciana Camargo /Greenpeace)

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Discussão

A exposição "Experiência Munduruku", que esteve em São Paulo em junho/2017, pretendia correr algumas outras cidades brasileiras. Essa proposta será posta em prática???

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Olá! Sou o Professor Ivan Campos. Trabalho na rede pública de São Paulo, no bairro da Vila Matilde (ZL), na Escola Estadual Professora Marisa de Mello, com estudantes do 1º ao 7º ano do Ensino Fundamental. Estamos estudando as trilhas indígenas. Nosso foco é o povo Munduruku. Quando vi esta experiência imersiva, fiquei muito empolgado. Gostaria de fazer um pedido. Seria possível realizar uma montagem em nossa escola? Caso na seja, poderiam - por favor - disponibilizar o vídeo da Experiência Munduruku para que possamos montar as OCAS na escola? No dia 25/11/2022 realizaremos as apresentações destes trabalhos. Ficaríamos honrados em ter a oportunidade de oferecer essa experiência aos nossos estudantes. Aguardo o retorno. Muito obrigado! Professor Ivan Campos.