Exemplo de amor à natureza, cientista nos mostrou que é possível produzir alimentos saudáveis e sem veneno

Ana Maria Primavesi de pé com árvores ao fundo
Ana Maria Primavesi, que sempre espalhou sementes em defesa da agricultura respeitosa, continuará nos inspirando. © Virgínia Knabben

Ela nos ensinou que todas as formas de vida em nosso planeta dependem de um solo vivo. Precursora da agroecologia no Brasil e referência mundial sobre o tema, Ana Maria Primavesi morreu neste domingo, 5, aos 99 anos, deixando um legado valioso sobre práticas agrícolas verdadeiramente sustentáveis. 

Professora e engenheira agrônoma nascida na Áustria, Primavesi mudou-se para o Brasil no final da década de 1940, pouco antes da chamada “Revolução Verde”, período em que se começavam a adotar técnicas agrícolas altamente impactantes. Na contramão do que, a partir daquele momento, seria bastante disseminado na agricultura, ela passou a maior parte de sua vida defendendo e ensinando o manejo ecológico do solo, com a aplicação de técnicas como adubação verde e controle biológico e sem o uso de adubação química e agrotóxicos

Foi no Brasil que Primavesi compreendeu a importância de se preservar a rica biodiversidade do solo tropical e usá-la em nosso favor. Quem segue seus ensinamentos entende que não faz sentido a agricultura brasileira replicar cegamente práticas adotadas em lugares como Europa e Estados Unidos, como o agronegócio brasileiro insiste em fazer, desconsiderando as características diferentes de solo e clima. 

Manter o solo vivo, sem veneno, faz com que a comida que colocamos no prato seja mais nutritiva e saborosa. Primavesi deixa o ensinamento de que práticas agroecológicas são melhores não apenas para o meio ambiente, como também para a nossa saúde. 

Nós, do Greenpeace, continuaremos nos inspirando em Ana Maria Primavesi para lutar por uma agricultura que respeite quem planta, quem come e todas as formas de vida que dependem de solos vivos e saudáveis. Chega de veneno.

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