No Dia Mundial Sem Carro, ocupamos as vagas de estacionamento para mostrar como este espaço público pode ser melhor aproveitado para convivência entre as pessoas
Cada vaga de estacionamento na rua ocupa, em média, 30m2. Agora multiplique esta área por milhares por toda a cidade. Haja espaço público destinado aos carros em comparação ao que é voltado à convivência das pessoas. Por isso, neste Dia Mundial Sem Carro nossos voluntários fizeram diversas Vagas Vivas pelo país. Confira as imagens do que rolou.
As Vagas Vivas são a ocupação temporária dos espaços públicos destinados aos carros, transformado-os em áreas de convivência, lazer e trabalho. O objetivo é refletir sobre como todo esse espaços destinado aos carros poderia ser melhor aproveitado pelas pessoas.
Ao longo do dia, entre as tarefas de quem usou a Vaga Viva para trabalhar, foram promovidas atividades artísticas e sociais, como a pintura ao vivo (live painting) do muralista Guilherme Kramer; a apresentação do músico João Sobral; e a reforma de carroças pelo Pimp My Carroça.
“O espaço viário é visto apenas como passagem para o transporte de cargas e pessoas. Trouxemos artistas e atores sociais que atuam nas ruas para mostrar como esse espaço público tão importante, e tão grande, que é privatizado pelos donos de carros, pode ser valorizado quando utilizado pelas pessoas para a convivência social”, diz o especialista em Mobilidade Urbana do Greenpeace, Davi Martins.
A dominação dos carros
Entre 1970 e meados da década de 2000, o número de veículos variou 400%. No mesmo período, a infraestrutura viária (ruas, avenidas, viadutos etc) aumentou 21%. Já entre 2000 e 2015, com o incentivo dado pelo governo às montadoras, quantidade de carros aumentou 145%.
Em São Paulo, os carros correspondem a 70% da frota de 8,3 milhões de veículos motorizados. A frota de carros paulistana tem crescido, ano a ano, numa proporção duas vezes maior do que a de novos habitantes. Não à toa, o tempo médio de deslocamentos diários no trânsito é de 3 horas e 8 em cada 10 pessoas deixariam de usar o carro se houvesse uma boa alternativa de transporte público, segundo recente pesquisa da Rede Nossa São Paulo.
Ao mesmo tempo, praças, alamedas, parques e rios foram sendo apertados para acomodar tantos carros, em detrimento do convívio público entre as pessoas. Por isso, reduzir espaços para os carros torna a cidade melhor para se viver. É o que muitas cidades pelo mundo tem feito, ao abrir suas ruas e avenidas para as pessoas.
Cidades caminháveis e pedaláveis estimulam o encontro entre as pessoas, e dessas interações surgem várias oportunidades comerciais, sociais e culturais, aceitação das diferenças, sem falar nos benefícios que a atividade física proporciona.
Sem a ajuda de pessoas como você, nosso trabalho não seria possível. O Greenpeace Brasil é uma organização independente - não aceitamos recursos de empresas, governos ou partidos políticos. Por favor, faça uma doação hoje mesmo e nos ajude a ampliar nosso trabalho de pesquisa, monitoramento e denúncia de crimes ambientais. Clique abaixo e faça a diferença!