Os Guardiões da Floresta estão na linha de frente da proteção da Amazônia e, mais do que nunca, precisam do nosso apoio

Estamos no meio de duas datas importantes, mas que passam quase despercebidas: hoje (21) é o Dia Internacional das Florestas e amanhã é o Dia Mundial da Água. Você pode estar se perguntando: “e o que eu tenho a ver com isso?!” Bem… na real, tudo!

De modo geral, nossas sociedades se afastaram tanto da natureza que parece que nosso bem-estar é vinculado, acima de tudo, ao nosso poder de compra e consumo. Se conseguimos pagar nossas contas e satisfazer alguns sonhos e desejos, “as coisas estão indo bem”.

Mas a garantia da qualidade de vida de cada um de nós depende de uma teia de relações muito mais profundas. Na natureza, tudo está interconectado, e nós fazemos parte desta trama.  Segue a linha:

1 – Cada árvore da Amazônia tem capacidade de jogar na atmosfera de 300 a 1 mil litros de água, que são retiradas do solo;

2 – Isso quer dizer que a Amazônia transpira, diariamente, 20 trilhões de toneladas de vapor de água para a atmosfera – volume superior à vazão do Rio Amazonas (que é de 17 bilhões de metros cúbicos por dia). Ou seja, as árvores geram 10 vezes mais vapor de água para atmosfera que o Rio Amazonas;

3 – Toda essa umidade forma os “rios voadores” que são levados, com o vento, para outras regiões do país, irrigando plantações e enchendo reservatórios de água;

4 – A Amazônia em pé é uma das maiores usinas naturais de captação de carbono: ela estoca mais de 155.555 gigatoneladas (Gt) de CO2eq, impedindo que esses gases alcancem a atmosfera. Portanto, tem um papel fundamental no equilíbrio climático de todo o planeta;

5 – Quando a floresta é derrubada, todos esses gases são liberados, agravando impactos das mudanças climáticas, que já estão sendo sentidos, como as secas severas prolongadas e as temperaturas extremas. Isso significa dizer que zerar o desmatamento é uma das medidas mais urgentes que devemos tomar;

6 – Ou seja, a água que chega em nossas torneiras e a comida de nossos pratos estão intimamente ligadas à existência das florestas. O desmatamento da Amazônia coloca em risco as coisas mais simples e essenciais da nossa vida.

Mesmo assim, a Amazônia continua sendo drasticamente destruída. Atualmente, uma área equivalente a dois campos de futebol é desmatada a cada minuto.

É trágico reconhecer que a Amazônia está sendo destruída rapidamente para encher o bolso de poucas pessoas.

Povos Indígenas, os Guardiões da Floresta

Muitos povos indígenas afirmam que são a própria natureza, não há distinção. Eles são os maiores protetores das florestas © Rogerio Assis / Greenpeace

Por outro lado, tem muita gente que arrisca suas vidas diariamente para proteger as florestas. Na Amazônia brasileira, 180 povos indígenas estão, há séculos, na linha de frente desta resistência, que não sai nos jornais.

Estudos científicos, baseados em dados de satélites, comprovam que as terras indígenas são as áreas que mais bloqueiam o desmatamento e, claro, as suas graves consequências.

Ao lado dos povos indígenas estão moradores de comunidades tradicionais, como ribeirinhos, seringueiros, castanheiros, quebradeiras de coco e outras populações que vivem do agroextrativismo.

No entanto, decisões tomadas nos gabinetes políticos têm reflexos diretos pra quem vive da terra. Nos últimos anos, iniciativas da bancada ruralista no Congresso Nacional aliadas a promessas e ações do novo governo brasileiro têm estimulado um aumento do desmatamento, das invasões em terras indígenas e áreas de proteção ambiental e da violência contra os povos indígenas e as comunidades tradicionais.

Basicamente, por defenderem a Amazônia, seus rios, suas matas e toda a sua pulsante teia de relações e de vida, estes Guardiões das Florestas estão sendo crescentemente criminalizados e têm sofrido diversos tipos de violência e violações a seus direitos. Eles e a Amazônia nunca estiveram tão ameaçados!

Não podemos deixar que esta realidade se agrave ainda mais. Agora é o momento de protegermos os protetores: Sem Guardiões, Sem Floresta!

Participe do abaixo-assinado agora. Não temos tempo a perder!

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