Protestamos contra o leilão de energia A-6, que pode contratar esse poluente para assombrar o futuro do nosso país
Nossos ativistas enfrentaram uma manhã fria e ainda escura do inverno gaúcho para realizar o enterro simbólico do carvão e mandar uma mensagem clara ao governo brasileiro: queremos o fim da fonte de energia mais poluente do mundo até 2030. O carvão, que moveu a Revolução Industrial e está diretamente ligado ao aquecimento global, deve ficar aonde ele pertence: no solo e no passado.
Nossos governantes, porém, parecem personagens de novela que, congelados no tempo, acordaram do século 19 sem a ideia do que sejam energias limpas e renováveis, e insistem em investir no atraso. No próximo leilão de energia que deve ser realizado nesta sexta-feira (31), dos 59 GW cadastrados para entrar em operação até 2024, metade (29,5 GW) é de origem fóssil. Além de térmicas a gás, incluem também duas novas usinas a carvão no sul do país, uma no Rio Grande do Sul e outra em Santa Catarina.
Sim, são exatamente as térmicas que, quando ligadas, elevam a tarifa de energia para a bandeira vermelha, muito mais cara, que você paga na sua conta de luz, para não falar dos vários impactos que elas trazem para o meio ambiente, para a saúde das pessoas e, no caso das movidas à carvão, até para a crise hídrica, por serem grandes consumidoras de água.
“Chega de energia suja!”
Por isso, com um caixão, uma lápide e a mensagem “Chega de energia suja”, nossos ativistas realizaram um protesto pacífico em frente à termelétrica Presidente Médici, no município de Candiota, a 400 km de Porto Alegre. Candiota foi escolhida como exemplo, pois concentra a maior reserva de carvão mineral no país (a hulha, de péssima qualidade) e o maior parque de usinas térmicas, além de ser a região onde será instalada uma das novas usinas com possibilidade de contratação no leilão, a UTE Ouro Negro. Confira abaixo o vídeo da ação:
“O governo insiste em permitir o crescimento do número desse tipo de usina no país enquanto observamos um movimento global no sentido contrário. Vários países dependentes do carvão, como França, Reino Unido, Canadá e México, já assumiram compromissos de abandonar essa fonte poluente até 2030”, afirma Marcelo Laterman, nosso especialista em Energia, que participou do protesto.
Segundo ele, este é um período factível para que possamos fazer uma transição realista em direção às fontes renováveis. Por isso, quereremos a mesma coisa. E a não contratação de novas térmicas a carvão é apenas o primeiro passo para que o Brasil também possa dar fim a todas as sua usinas em operação também até 2030. “No entanto, a contratação de uma nova usina agora pode garantir que ela funcione pelo menos até 2049”, afirma Laterman.
O carvão representa hoje apenas 2,3% da matriz energética brasileira, mas é responsável por 20% das emissões de CO2. É uma tecnologia ultrapassada de geração de energia que em nada contribui para o desenvolvimento de um país mais moderno, limpo e seguro. Se você também quer um Brasil melhor, ajude-nos a fortalecer esse movimento para que o governo assuma o compromisso pelo fim do carvão até 2030. Compartilhe este texto.
Vamos deixar o carvão no passado para que ele não assombre o nosso futuro.
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Discussão
Quem vai empregar os quase 5000 futuros desempregados e suas familias que estão trabalhando em Candiota ? o greenpeace? quem trará desenvolvimento e manterá a economia da regiao? o greenpeace? aliás do que vive o green peace? nao precisam de trabalho ne...
Penso que as usinas mandidas c acarvão ainda deve continuar na matriz energetica, temos sim que buscar maoires tecnologias para evitar menos poluicão no ar, Temos varios países que usam energia elétrica gerada a carvão. O brasil deve ter a maior reserva de carvão do mundo, temos que de uma maneira ou outra aproveitar esta fonte de energia. Existem na camara federal um projeto para criar duas usinas nucleares, que no meu ponto de vista é mais poluente e alto riscos ao povo de varios países.