Perturbar o bem-estar de animais como baleias, golfinhos, tartarugas e peixes-bois. Correr o risco de contaminar um dos maiores manguezais do mundo, que levariam décadas para se recuperar. Devastar os Corais da Amazônia, antes de a ciência conhecer bem esse ecossistema. Prejudicar a subsistência da população local e, ainda, gerar poucos empregos nas comunidades.

Caso as empresas Total e BP deem início à atividade petrolífera na bacia da foz do rio Amazonas, esses são alguns dos impactos possíveis. E estão detalhados na publicação lançada hoje pelo Greenpeace Brasil:

Amazônia em águas profundas – Como o petróleo ameaça os Corais da Amazônia.

O Greenpeace contratou pesquisadores especialistas para examinar como as duas petrolíferas preveem os riscos de suas atividades na região Norte do país. Eles usaram como base os Estudos de Impacto Ambiental (EIA), documento em que as empresas relatam os riscos, como pretendem evitá-los e, em caso de algum acidente, resolver os danos causados ao meio ambiente.

A qualidade do EIA é determinante para que o Ibama aceite o projeto e libere ou não a atividade petrolífera. Em agosto, o órgão rejeitou o estudo da Total, pedindo mais informações.

Essa rejeição do Ibama não foi à toa. Como mostra a publicação do Greenpeace, os EIAs de ambas as empresas estão cheios de falhas, pontos fracos, pesquisas limitadas e inconsistências técnicas.

Um exemplo é o estudo sobre o que aconteceria no caso de um vazamento de petróleo nas plataformas das empresas. O documento subestima a influência da água barrenta do rio Amazonas, que leva 300 mil metros cúbicos por segundo para o oceano. E essa influência do rio é uma das principais características da região onde as empresas querem atuar.

Quando descreve os impactos em recifes de corais, os EIAs usam como base um estudo de 1976, que descreve corais como organismos resistentes a derramamentos de petróleo. Sabemos hoje, com base em muitos estudos, que isso não é verdade.

A seguir, alguns dos impactos que as empresas desconsideram ou não explicam bem:

  1. Perturbação aos animais
    • A Total não fala sobre impactos que a exploração de petróleo vai trazer para os animais que vivem na bacia da foz do rio Amazonas. Entre eles estão baleias, golfinhos e tartarugas-marinhas. Navios da Total vão circular por onde esses animais vivem e eles são sensíveis a incômodos que os navios vão causar. Um exemplo? O barulho que farão e vazamentos de combustível.
  2. Contaminação dos mangues
    • Na costa norte do Brasil está um dos maiores manguezais do mundo. No caso de o petróleo vindo de um vazamento alcançar os mangues, eles se contaminarão. E é difícil limpar mangues. Sozinhos, eles levam décadas para se recuperar. Mangues são importantes para a vida marinha: são locais de reprodução e berçários de várias espécies. Um mangue preservado, significa um oceano saudável.
  3. Ameaça aos Corais da Amazônia
    • A própria Total já assumiu que, se acontecer um vazamento, a chance de o petróleo chegar nos Corais da Amazônia é de até 30%. É um risco inaceitável. Altas concentrações de petróleo podem matar os Corais da Amazônia, que formam um bioma único no mundo e que ainda conhecemos pouco.
  4. Comunidades locais não ganharão nada
    • A Total quer tirar o petróleo na região do Amapá, mas não vai trazer ganhos à população. A previsão é de apenas 30 empregos diretos gerados, e 90 indiretos. Se de um lado os benefícios econômicos não vão ser relevantes para o Amapá, do outro, os impactos ambientais podem ser catastróficos. Grande parte da população vive da pesca e um derramamento de óleo ameaça diretamente a subsistência, a segurança alimentar e a saúde dessas pessoas.

Leia o relatório completo sobre os impactos que a exploração de petróleo pode trazer à região dos Corais da Amazônia. E defenda os Corais!

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