O debate acerca do avanço da agropecuária sobre novas fronteiras no Cerrado tem se dividido em duas correntes. De um lado, há o discurso dominante a respeito da expansão da cultura da soja, que tem como portadores as principais organizações e lideranças do setor empresarial ou a ele ligadas. Nele argumenta-se que tal atividade é fundamentalmente benéfica para a região, cujas características marcantes no período anterior à chegada dos investimentos na produção de soja eram justamente a baixa dinâmica econômica e a precariedade dos indicadores sociais.
A acentuada remoção da vegetação nativa, criticada por ambientalistas, é reconhecida pelas organizações e agentes ligados àquele setor, mas apresentada como uma espécie de “custo inerente ao progresso”.
A expansão do Agronegócio e a disputa pelo Cerrado:
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Em resposta às críticas pela degradação ambiental, essas lideranças reiteradamente afirmam que o setor cumpre o que está na lei, em uma referência à alegada observância de destinação de terras com vegetação nativa para a formação das reservas legais, a adoção de instrumentos como o licenciamento ambiental agropecuário, quando exigido, ou o respeito às normas de uso de agrotóxicos e demais insumos químicos entre outros temas. Os casos de desrespeito aos preceitos legais são tratados como mera exceção.
E o posicionamento político das organizações do setor reivindicando o afrouxamento de alguns desses marcos legais, também não aparece nesse discurso. Essa narrativa encontra correspondentes no ambiente acadêmico. Autores que tratam a temática consideram que, apesar dos problemas econômicos, políticos e ambientais, o novo padrão de acumulação instalado na agricultura brasileira e praticado na fronteira de expansão dos cerrados é predominantemente positivo. Mais que isso, muitos autores agregam que estaria em curso uma mudança de comportamento no setor, com a crescente adesão a práticas de conservação como plantio direto, certa diversificação em rotação de cultivos, novas tecnologias poupadoras de recursos, típicas do que vem sendo chamada de agricultura de precisão.
Por outro lado, tendo como portadores parte significativa dos movimentos sociais e organizações parceiras, há o discurso oposto, no qual os aspectos negativos, certamente existentes, são mais enfatizados. Nessa segunda narrativa a ênfase tem sido posta nos efeitos da expansão da agropecuária sobre o meio ambiente e sobre as comunidades tradicionais. Além da perda da vegetação nativa e da erosão da biodiversidade, o tema dos recursos hídricos vem ganhando relevo crescentemente.
No Matopiba, esses temas alçaram o Cerrado ao primeiro plano no discurso de organizações não governamentais que atuam no campo dos problemas ambientais, pois nesta região está boa parte do que resta de vegetação nativa do bioma. Também contribui para essa recente atenção o igualmente crescente interesse internacional por investimentos nessa área. A presença de grupos estrangeiros é cada vez maior à esteira dos processos de valorização de terras como ativo financeiro.
A imagem que sobressai dessa narrativa é de uma região cujos recursos naturais vêm passando por um processo acentuado de depleção sob formas violentas e com enormes prejuízos para as comunidades que antes dependiam desses mesmos recursos para manter seus modos de vida. Igualmente forte é a imagem de um território que vai passando gradativamente às mãos e ao controle de grupos transnacionais, diminuindo a autonomia e a soberania do país sobre uma base de recursos absolutamente estratégicos nos quadros de um futuro fortemente marcado pelas mudanças climáticas e por certa escassez de alguns valiosos recursos disponíveis no local, como a água, a terra e a biodiversidade. Uma narrativa que se expressa por meio de publicações das organizações sociais como Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, Action Aid, mas também encontrada em trabalhos científicos de grande respaldo.
Tendo por referência esta oposição de narrativas, o objetivo deste trabalho é verificar se existem evidências na direção dos argumentos expostos acima e que permitiriam pôr sob suspeição a narrativa dominante a respeito dos custos e dos benefícios da expansão da soja no Matopiba e, ao mesmo tempo, levar perspectiva crítica a uma melhor consideração das contradições e ambiguidades existentes, condição necessária para o melhor encaminhamento de alternativas e busca de soluções para os problemas elencados.
O que se pretende demonstrar é que a análise aprofundada da dinâmica desencadeada com a expansão da soja não corrobora o discurso predominante entre os agentes do setor e o senso comum de que o desmatamento representa um custo inerente ao progresso econômico e social da região. Diferente disso, a própria ideia de progresso econômico e social no Matopiba poderia ser posta em questão, à medida que, juntamente com a elevação da produção e da renda – e, sobretudo, por conta do modelo econômico pelo qual isso se dá – estaria ocorrendo um aumento da desigualdade, a geração de uma dinâmica econômica fortemente concentrada e especializada e, pois, com baixa resiliência ambiental e baixa capacidade de criação de empregos e de laços econômicos locais.
Além do custo ambiental haveria, portanto, um custo econômico e social de longa duração que estaria sendo mascarado por aparentes ganhos de curto prazo. Em outras palavras, a região estaria se transformando em um enclave de produção de commodities, com efeitos positivos espacialmente limitados e sem benefícios duradouros para o tecido social do território, algo ainda oculto ao julgamento do senso comum e à parte da literatura especializada.
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Discussão
Daqui um tempo teremos que construiu fábricas de oxigênio. Uma pena o ser humano se destrói numa velocidade galopante!
É uma pena , que ao invés de investimentos pra proteção , a gente acabe com recursos naturais em nome da ganância.Vale do Ribeira era lindo , hoje esta coberto por pinheiros.A estração da resina, será q leva algum produto tóxico, será q existe fiscalização?
Defender a natureza é defender a vida!
não concordo pois nossas matas são nosso pulmao
Eu gostaria de saber porque o Greenpeace não faz manifestação contra a vale o roide e godo . Vale está destruído toda nossas montanhas tirando vidas destruído toda nossa natureza . vocês são todos farinha do mesmo saco só pensa em dinheiro./ Como o dinheiro faz as pessoas muda de ideia.
Não concordo ,pois temos que pensar no futuro ,visando o melhor para o Brasil e para todos nós ,chega de destruir a natureza !!
Terrible
ola. eu participe deste manifeto vou apoia com muito confiante e para boa causa agradeço aten. ocelio pereira de sousa
Vamos proteger este território.
A agricultura deve ser repensada para que a ter a não seja esgotada. Progresso não é o mal, o mal é não medir as consequências e ser imediatista com a natureza sem respeita-la.
É um absurdo isso com nossa rica natureza
Nós precisamos das matas.Elas nos dão vida.
Hoje o homem destruindo em nome do dinheiro...amanhã o homem usando esse dinheiro pra (tentar) comprar saúde. Pena não perceber que destruindo a natureza destroem antes a si mesmo. Ah se respeitassem essa base. "DEUS, NATUREZA E SERES HUMANOS (nessa ordem)
Vamos lutar pela Saúde do nosso Planeta, entrei nessa luta pois desejo deixar um mundo melhor para as futuras gerações, pois assim continuar o fim será somente um não haverá mais este Paraíso destruído pelo HOMEM !!!!!
É claro que defendo a natureza e quem cuida dela com amor...Parem com o desmatamento de nossas florestas e de nossos cerrados.... Devolver à quem de direito é dever supremo...
É muito importante buscar PROTEÇÃO pros NOSSOS patrimônios naturais.
É uma pena o homem matando o único meio de sobrevivência, tirando do nosso meio o oxigênio que nos dá vida.
Sinceramente, eu acho que os homens que no momento estão no poder esqueceram que existe Deus superior a todos eles, e tudo que estão fazendo contra a natureza, irá no futuro próximo ou em alguns lugares já acontecem a força da natureza mostrando que e superior a qualquer homem no mundo, por isso devem pensar numa maneira de preservação da natureza para o bem de toda a nação e não só de uma minoria de empresários que querem sempre mais e mais, para onde vão levar não sei, porque do pó vim ao pó voltarei não dá para nada tudo pertence a mãe natureza, pensem um pouco antes de sair desmatando sem critérios de preservação.
Precisamos proteger a natureza, pois sem a natureza não vamos sobreviver!
Sou sobrinha de um grande botânico que há sessenta anos atrás já viajava com sua esposa dna Ruth enfrentando grandes dificuldades porém com o grande intuito de deixar seus trabalhos publicados mostrando a importância na preservação do cerrado brasileiro.Mario Guimaraes Ferri
O mundo está doente porque é através do pulmão que se respira e o pulmão do mundo foi infectado pela ambição humana! Ou melhor... Desumana!
Acho absurdo o que estão fazendo com nossa território.
Precisamos da preservação, o planeta está em rumo da extinção.
Desperdício da produção agrícola ninguém cobra, matando gente de fome. Pra que invadir a floresta, só pelo dinheiro e desrespeito à natureza. Como é fácil ter a lei ao lado deles é deixando os ambientalistas vulneráveis. Cadeia neles. Extermibadores
Não deixem acabar com o resto da Amazônia
Porque eles não investe no Nordeste? Tem que trabalhar aquelas terras e gerar empregos lá Conheço pouco da Europa , viajei de ônibus de Lisboa até Barcelona, só vi eucalipto e pinus....nao existe árvore nativa...
Vamos à luta, o ser HUMANO não tem mais consciência que vamos pagar essa conta, e não vai ser barato nao!!!!!
Juntos pela Amazônia! Unidos pela causa verde!!!
Como é degradante a mente humana. Que só encherga o seu umbigo..
Pensar no futuro. Se o nosso, mas de nossos filhos e netos. E todos os seres viventes.
Aqui na Chapada diamantina uma única Impresa entre varia outra tem 85 mil hectares desmatados mesmo só utilizando 6 mil hectares por ano isso É vergonhoso para os órgãos de fiscalização a chuva que nos últimos anos diminuiu cerca de 70% a temperatura local aumentou cerca de 5 graus anual perca de dezenas inocentes no ano de 2015 e 16 os micro produtores de café tomar prejuízo de cerca de 25 milhões de reais pela escassez de chuva porque as grandes empresas destruíram o clima local com desmatamento
Não acredito que ainda hoje esteja acontecendo isso ainda no Brasil.Precisamos nós mobilizar e defender as nossas terras ,precisamos defender a biodiversidade . Que Deus nos ajude e nos dê forças pra vencer essas batalhas.
Proteja nossa floresta
Nos moradores da Chapada Diamantina estamos sofrendo com secas,mudanças ambientais irreversível com a exploração de estrangeiros no nosso cerrado. Falta Aqua para os peguemos produtores e não trouxe o desenvolvimento e empregos que pensávamos. O cerrado fatalmente vai virar um deserto.
A Amazônia é nossa ! Precisamos tomar muito cuidado com a ganância dos corruptos, logo num piscar de olhos ela vai escapar do nosso domínio! Temos que protejer esse tesouro que todos estão de olho, afinal, a natureza é o resultado de uma vida saudável!
Eu sou contra o desmatamento e a venda da Amazônia. Essa riqueza e beleza Deus nos seus e têm que continuar sendo nossa.
Infelizmente a ambição está acima de tudo no homem. Caminhamos para a extinção dos animais, florestas e aqui no caso o cerrado. Espero que manifesto possa chegar em cabeças pensantes e não em políticos desonestos.
Quando derrubarem a última árvore, aí vão perceber que dinheiro ,não tem como plantar.
Uma pena que ainda não percebermos a importância de preservação da natureza. Precisamos acordar.
Se não respeitarmos a natureza, os animais, não viveremos muito tempo.
Moro numa "Área de Proteção Ambiental" Palmas-To e todo ano a queimada destrói tudo que a natureza tenta recuperar. Estou cansada de denunciar e nada fazem. A plantação de soja está contaminando a água . Tenho certeza que a ajuda de vocês resolverá esse problema que tanto nos entristece.
E o nosso pulmão
Resistência! Não!
Muito triste ver o que está acontecendo com a nossa Amazonas
Isso é um absurdo, daqui alguns anos estaremos respirando gás carbônico, as matas nos produz ar puro, esse desmatamento em prol da avanço tecnológico, bom para o bolso de alguns e prejudicial ao mundo.
Aonde encontramos as notas citadas no texto? procurei, porém só encontrei as referências.
Olá, Elayne! O relatório completo está indicado com link logo após o segundo parágrafo e também disponível em: https://www.greenpeace.org/static/planet4-brasil-stateless/2018/11/904dd412-relatorio_greenpeace_matopiba.pdf
A natureza é o que temos de mais importante vamos proteger..
E uma pena que muita gente não se preocupe com isso !
o PT é Kitsch. O pior partido de toda América. Acabou aquela baranguice enorme de “PÁTRIA EDUCADORA”. [Êta frase, slogan, bregona. E falsa] Nunca vi partido mais bregaço, mais Kitsch, mais cafonérrimo, mais bregão que o PT. Há muito partido ruim no Brasil, mas de todos o PT é o pior.
Lindo
Eu gostaria de saber porque o Greenpeace não faz manifestação contra a vale o roide e godo . Vale está destruído toda nossas montanhas tirando vidas destruído toda nossa natureza . vocês são todos farinha do mesmo saco só pensa em dinheiro./ Como o dinheiro faz as pessoas muda de ideia.