Passados dez anos do compromisso assumido com seus consumidores, fabricantes ainda não aumentaram esforços para banir o desmatamento de suas cadeias produtivas

Há 10 anos, algumas das maiores empresas do mundo prometeram parar de contribuir com o desmatamento até 2020, ou seja, até este ano. O tempo acabou e adivinhem? As florestas ainda estão sendo destruídas a um ritmo alarmante. 

O compromisso foi assumido pelos membros do Fórum de Bens de Consumo (The Consumer Goods Forum – CGF) em 2010, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Cancún, sob forte pressão da sociedade civil e da comunidade científica, que já alertava para a crise climática que se aproximava e a necessidade de preservar as florestas. As companhias prometeram redobrar cuidados com fornecedores das commodities mais ligadas à destruição florestal: soja, gado, óleo de palma e papel e celulose. O que, obviamente, não aconteceu, como demonstramos com o relatório “Contagem Regressiva para a extinção”, que traz casos de envolvimento destas empresas com desmatamento, queimadas e violência no campo.

Entre 2010 e 2020, cerca de 50 milhões de hectares de florestas foram destruídos em todo o mundo para dar lugar à produção de commodities. Aproximadamente um milhão de espécies no mundo correm risco de extinção.

Mas empresas como Nestlé, Unilever e Mondelez, entre muitas outras, continuam colocando nas prateleiras produtos feitos com óleo de palma contaminado pela destruição das florestas da Indonésia, com soja de desmatamento do Cerrado e o gado dos incêndios florestais da Amazônia. Estamos cansados de promessas não cumpridas.

Em um momento em que o governo brasileiro afrouxa a proteção ambiental, numa tentativa de normalizar a destruição da floresta, é ainda mais importante que as empresas e a sociedade civil liderem o movimento pela proteção das florestas do mundo. 

Sabemos que é possível produzir alimentos sem destruir o meio ambiente e ameaçar as pessoas. Por isso, exigimos que as empresas façam sua parte para que o desmatamento no Cerrado, na Amazônia e em outros ambientes naturais do mundo todo pare já!

Chegamos ao limite. É preciso segurar a linha do desmatamento, antes que ela passe por cima de tudo o que temos de mais precioso. Ajude a pressionar estas empresas para que:

  • parem de lucrar com a destruição ambiental imediatamente e se comprometam a proteger o Cerrado, a Amazônia e outros ambientes naturais;
  • coloquem em prática o compromisso firmado há anos de não comprarem soja, gado e outras matérias-primas oriundas do desmatamento e violações de direitos.

Sem a ajuda de pessoas como você, nosso trabalho não seria possível. O Greenpeace Brasil é uma organização independente - não aceitamos recursos de empresas, governos ou partidos políticos. Por favor, faça uma doação hoje mesmo e nos ajude a ampliar nosso trabalho de pesquisa, monitoramento e denúncia de crimes ambientais. Clique abaixo e faça a diferença!