Ativistas escalaram o mastro de um navio petroquímico para protestar contra a poluição plástica e estão sob investigação há dois meses

No dia 30 de novembro, quatro ativistas do Greenpeace Internacional escalaram o mastro de um navio petroquímico prestes a transportar plásticos tóxicos no complexo Hyundai Daesan Refinery, na Coreia do Sul.
O protesto pacífico teve como objetivo denunciar os danos da produção desenfreada de plásticos para o meio ambiente enquanto as negociações sobre o Tratado Global de Plásticos aconteciam em Busan, a 200 km do local.
Após 48 horas detidos, Al, Ash, Jens e Sam foram liberados mas ainda seguem sob investigação e estão impedidos de deixar a Coreia do Sul. Já são dois meses longe de casa. Uma rede global de solidariedade foi formada para prestar apoio aos ativistas.
Além deles, Hettie, capitã do Rainbow Warrior, embarcação do Greenpeace que estava no país impulsionando a campanha “Navegando pela mudança: por um futuro sem plásticos”, também teve sua saída suspensa.
O navio, entretanto, foi liberado para deixar a Coreia do Sul no dia 11 de dezembro após a designação de outro responsável.
Para o Greenpeace, o prolongado processo é uma ameaça a liberdades fundamentais e ao direito à manifestação, um pilar fundamental da democracia.
A organização reforça que encontrar soluções para a crise global da poluição plástica é urgente. Ativistas não deveriam ser penalizados por agir diretamente para conscientizar sobre essa emergência, que afeta os oceanos e a saúde humana.
Além de ser protegido por diversas constituições ao redor do mundo, o direito à manifestação pacífica está consagrado em tratados internacionais, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Solidariedade
Uma rede global foi formada para que prestar solidariedade aos ativistas e para pressionar as autoridades locais, para que eles possam reencontrar seus entes queridos o mais rápido possível.
As assinaturas da petição online serão entregues diretamente ao promotor e ao juiz responsável pelo caso. Faça parte dessa mobilização!
Ativismo não é crime
Não é só na Coreia do Sul que ofensivas antidemocráticas contra mobilizações pacíficas têm acontecido.
No Reino Unido, ativistas do movimento Just Stop Oil (Apenas Parem os Fósseis) receberam as mais longas sentenças da história do país contra manifestações.
A severidade das sentenças impostas aos 16 ativistas da organização ambiental foram contestadas mas a promotoria britânica as defendeu novamente nesta quinta (30).
Medidas autoritárias como essas não afetam somente os ativistas envolvidos diretamente, e sim todos aqueles que lutam em defesa de justiça climática! Saiba mais, no link.
Sem a ajuda de pessoas como você, nosso trabalho não seria possível. O Greenpeace Brasil é uma organização independente - não aceitamos recursos de empresas, governos ou partidos políticos. Por favor, faça uma doação hoje mesmo e nos ajude a ampliar nosso trabalho de pesquisa, monitoramento e denúncia de crimes ambientais. Clique abaixo e faça a diferença!