Faltando dois dias para encerrar o mês, foi atingida a marca de 100 mil focos de queimadas no acumulado do ano, número 33% maior do que foi registrado em todo 2021

Em outubro de 2022, os maiores números de focos foram registrados no estado do Pará.
Em outubro de 2022, os maiores números de focos foram registrados no estado do Pará. © Fábio Nascimento / Greenpeace

Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta terça-feira (1º) revelam que o mês de outubro, de 1º a 31 de outubro, registrou 13.911 focos de queimadas no bioma Amazônia, um aumento de 20,4% em relação ao mesmo mês de 2021. 

Os maiores números de focos foram registrados no estado do Pará com 7.469 (54% do total), seguido pelo Amazonas com 1.503 (11% do total), Maranhão que registrou 1.269 (9% do total), Acre com 1.127 (8% do total) e Mato Grosso com 903 (6%). Já no acumulado do ano, até o dia 31 de outubro, foram 101.215 focos de queimadas registrados.

Para Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, os números são mais um reflexo do “padrão Bolsonaro” de destruição, resultado de uma visão retrógrada de desenvolvimento que acredita no usufruto dos recursos naturais de forma predatória e que não conversa com a necessidade de frear o desmatamento na Amazônia para conter a crise climática.

“É icônico que um dia antes do 2° turno das eleições foram atingidos mais de 100.000 focos de calor na Amazônia. Isso é o reflexo de todo o descaso do atual governo com a floresta e seus povos. Agora com um novo governo eleito continuaremos trabalhando e cobrando, como fizemos durante todos os governos anteriores, para que a Amazônia, nossa maior riqueza seja protegida, seus povos respeitados e que a paz seja soberana na floresta.””

A nova gestão que estará à frente do país a partir de 1º de janeiro de 2023, terá como um de seus desafios, desfazer os retrocessos vistos como nunca na gestão Bolsonaro. A Amazônia precisa de desmatamento zero, de projetos que detenham a grilagem de terras públicas e que tragam um real desenvolvimento econômico que beneficie e defenda os povos da floresta.

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