“Prêmios são para celebrar conquistas, mas a conquista que buscamos ainda não alcançamos”, disseram os homenageados, referindo-se à falta de ação da sociedade e governantes diante das mudanças climáticas

Kallan Benson, do Fridays For Future (Sextas pelo Futuro), na cerimônia de premiação “Campeões da Terra”, da ONU

A luta contra a crise climática que tomou as ruas do mundo entre os dias 20 e 27 de setembro, em que 4 milhões de pessoas participaram de mobilizações em 163 países, está apenas começando. E quem deixa isso bem claro são os jovens do Fridays For Future (FFF), ou Sextas pelo Futuro, o movimento mundial de estudantes que se mobiliza contra a falta de ação frente às mudanças climáticas.

No dia 26 de setembro, um dia antes da segunda Greve Global pelo Clima do mês, representantes do FFF receberam do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente o prêmio “Campeões da Terra”, o principal prêmio ambiental global da ONU (Organização das Nações Unidas).

No entanto, sob o argumento de que o poder de mudar o curso da humanidade não está apenas em suas mãos, os representantes do movimento deram uma resposta de quem prova que não quer holofotes, mas que age de acordo com o que defende: “Nosso futuro já está comprometido pela falta de ação de vocês. Nós entendemos que é uma honra receber esse prêmio, mas não podemos aceitá-lo. Em vez disso, nós o oferecemos a vocês, que detém o poder de salvar a humanidade dela mesma. Vocês devem agir a tempo de se tornarem os verdadeiros Campeões da Terra”, disse a jovem ativista americana Kallan Benson, 15 anos, que discursou em nome da juventude.

Acompanhada de outros cinco representantes, a jovem ainda destacou com inconformismo a apatia e a passividade dos adultos e dos líderes políticos que há tempos têm conhecimento de como as ações humanas estão impactando a vida no planeta: “Vocês já sabem há anos que queimar combustíveis fósseis degrada a capacidade de nosso planeta em sustentar a vida. Vocês sabem que estão sacrificando nosso futuro quando deixam de agir.. (…) Prêmios são para celebrar conquistas, mas a conquista que buscamos ainda não alcançamos. O mundo está em crise climática e as ações das Nações Unidas não estão conseguindo detê-la”, disse Kallan.

Por fim, Kallan destacou que o número de ativistas engajados cresce a cada dia; são pessoas que vão compreendendo a urgência do assunto e que se unem ao movimento da juventude para insistir que suas vozes sejam ouvidas. “Nós vamos continuar crescendo porque nosso movimento é empoderado pela ciência, pela catástrofe climática, pelo desespero e pelo desejo de viver. (…) E faremos greve de novo, e de novo, até que vocês mudem o rumo da humanidade”.

Veja alguns trechos do discurso:

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