Além das doenças, populações indígenas do estado estão com a alimentação comprometida por conta da destruição de plantações de subsistência. Algumas aldeias chegaram a ficar totalmente submersas após cheias dos rios
Cerca de 1,5 tonelada de alimentos, água e materiais de limpeza e higiene foram entregues na última sexta-feira, dia 26, aos povos indígenas do Acre, que enfrentam neste momento a pandemia pelo coronavírus, enchentes e surtos de dengue.
Diante da situação de calamidade vivida no estado, o Projeto Asas Da Emergência se uniu a parceiros como COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), Projeto Entrega, Idesam, COICA (Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônia) e Água Crim para levar as doações e ajudar a aliviar o sofrimento de diversas comunidades indígenas atingidas pela Covid-19 e pelas enchentes.
“A mobilização da sociedade civil para apoiar os povos indígenas tem sido fundamental para evitar mais doenças e mais mortes. Sem o apoio dessa rede de parceiros as populações indígenas estariam desassistidas”, comenta Toya Manchineri, coordenador de Territórios e Recursos Naturais da COICA. “Clamo que mais pessoas venham engrossar essa corrente de ajuda e trazer apoio para as famílias indígenas e ribeirinhas”, complementa.
Além da pandemia e da falta de água potável, neste momento, povos indígenas do Acre estão com a alimentação comprometida por conta da destruição de plantações de subsistência – como roçados de mandioca e banana, sistemas agroflorestais e criação de animais. Povos como Madija, Jaminawa, Shanenawa e Huni Kuĩ ficaram com aldeias completamente submersas.
Rede de solidariedade
Devido à carência de infraestrutura de saúde, logística de transporte e vontade política, a pandemia do coronavírus tem afetado duramente a região Norte do país, especialmente as áreas remotas onde residem populações indígenas, extremamente vulneráveis à Covid-19.
Frente a esse quadro, desde meados de janeiro o Greenpeace Brasil, como parte de uma rede de solidariedade, novamente vem somando esforços no enfrentamento à pandemia por meio do Projeto Asas da Emergência que, em 2020, transportou mais de 63 toneladas de equipamentos e insumos de saúde para populações indígenas da região Norte.
Somente neste ano, cerca de 30 toneladas de materiais e equipamentos de saúde já foram enviados a diversas comunidades no Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, incluindo concentradores e cilindros de oxigênio, entre outros materiais de extrema importância para salvar vidas!
Para Iran Magno, porta-voz do Greenpeace, a sociedade civil tem tido papel importante em promover apoio quando há falta de respostas e medidas efetivas do poder público para resolver o problema. “Nesse cenário de profunda carência que estamos vivendo e sem clareza de quando a população vai estar imunizada, a sociedade civil segue se organizando para fazer o possível para dar apoio aos povos indígenas em situações de emergência em diferentes lugares da Amazônia. Nós e outras organizações não temos poupado esforços para que, quando tudo isso passar, possamos olhar para trás e saber que fizemos o possível para enfrentar a pandemia juntos, de cabeça erguida e mais fortes”.
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Discussão
Nao tenho possibilidade de contribuir financeiramente ao trabalho generoso que a equipe de Greenpeace presta aos povos indigenas, mas sou solidaria com tudo que fazem para dar e guardar a dignidade desses povos. Minhas condoleanças aos participantes da Federaçao das Organizaçoes Indìgenas do Rio Negro, com a passagem do lider indìgena Isaias Baniwa, onde êle esta, vai proteger sua comunidade. Creio que é uma grande perda para os indìgenas do Rio Negro. Deus olha por todas as suas criaturas.
O Greenpeace é o melhor é exemplo deste novo comportamento , durante a pandemia. Estabelecendo uma rede de solidariedade e ajuda aos povos indígenas e a população do estado do Acre. Parabéns!
Um bom trabalho que foi executado pêla organização do COIAB