Soja cultivada para exportação é uma das maiores responsáveis pela devastação do bioma
Empresas exportadoras e mercados consumidores de soja estão expostas a risco de desmatamento ao comprarem grãos provenientes do Cerrado. Relatório lançado pela plataforma Trase mostra que as seis maiores companhias que comercializam soja – Bunge, Cargill, ADM, Louis Dreyfus, Amaggi e COFCO – foram responsáveis por 58% das exportações de soja no Brasil e expostas a 68% de risco direto de desmatamento entre 2006 e 2016.
O relatório estabelece níveis de risco de desmatamento relacionando as empresas e os mercados às regiões onde a soja é cultivada. Segundo a metodologia da plataforma Trase, o risco total de desmatamento, medido em hectares, é atribuído a cada empresa de acordo com a quantidade desmatada em determinada região e alocado de maneira proporcional para as diferentes empresas com base nos volumes adquiridos. Já o risco relativo de desmatamento mede os hectares de desmatamento causados diretamente pelo plantio da soja por tonelada exportada.
O estudo também conecta a China, principal importador da soja brasileira, à metade do risco total de desmatamento associado à exportação do grão em 2016. Além disso, embora volumes menores sigam para a União Europeia, estes países estão sujeitos a um maior risco relativo de desmatamento (hectare por tonelada) do que a nação asiática.
Para Cristiane Mazzetti, da campanha de florestas do Greenpeace Brasil, os dados mostram que mesmo o mercado consumidor europeu, cujos critérios ambientais são mais rigorosos, corre o risco de ter em suas prateleiras produtos contaminados pelo desmatamento no Cerrado. “Essa ameaça só será reduzida quando forem colocados em prática compromissos que retirem definitivamente o desmatamento dessas cadeias produtivas”. Para isso, explica Cristiane, as empresas precisam parar de comprar soja oriunda de fazendas que destroem o bioma.
Risco maior no MATOPIBA
Os índices são ainda mais alarmantes para a área conhecida como MATOPIBA, que compreende parte dos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia e que mais perdeu vegetação nativa para o plantio de soja no Cerrado entre 2005 e 2016. O relatório mostra que 16 das 20 empresas com o maior risco relativo de desmatamento estavam ativamente comprando soja do Matopiba entre 2006 e 2016.
O Greenpeace Brasil, em conjunto com outras organizações da sociedade civil, vem pressionando as principais empresas de soja e os mercados compradores na Europa a assumirem urgentemente um compromisso robusto e transparente pelo fim do desmatamento no Cerrado, a exemplo do que foi feito na Amazônia. Recentemente, o Ministério do Meio Ambiente divulgou as taxas anuais de desmatamento, indicando que a savana mais biodiversa do planeta continua perdendo vegetação de maneira acelerada.
O Brasil é o maior exportador global de soja. Atualmente, o cultivo do grão ocupa mais de 33 milhões de hectares do território brasileiro, área equivalente à metade da França. A produção total de soja em todo o mundo passou de 27 milhões de toneladas em 1961 para 335 milhões de toneladas em 2016, sendo que a maior parte dos grãos é usada como proteína para alimentar bois, porcos e frangos que serão abatidos posteriormente. Isso mostra a profunda conexão entre o plantio de grãos para produção de proteína animal com o desmatamento e as mudanças climáticas.
Acesse o sumário executivo do relatório na versão em português aqui.
Fonte: Plataforma Trase
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Discussão
Que mundo iremos deixar? Em nome de que tanta destruição. Devemos cobrar dos futuros representantes do país compromisso com o meio ambiente antes que a ganância dos ruralistas acabem com a vida.
o solo da maior parte da amazonia tem uma camada fina de humus que mantem a floresta que por sua vez tem suar arvores todas com raizes horizontais, pois todos os nutrientes est'ao na superficie e a floresta se auto-nutre, uma vez destruida favorece o plantio devido ao acumulo de materia em decomposiç'ao porem em pouco tempo estes nutrientes se esvaem e o solo fica imprest'avel. savana, mata secund'aria em declive a cada ano e por fim deserto. quem discordar e disser o contr'ario que aproveite as areas j'a desmatadas e plante sobre elas. e ai não tem porque desmatar mais. desmatam, avaçam cada vez mais em direçao ao centro (tal qual tomando sopa quente, 'a partir das bordas do prato) abandonam e avançam cada vez mais. sou cetico em relaçao ao futuro da amazonia e do planeta. pois o jogo 'e consciencia ecol'ogic a X ambiçao desmesurada.
O que estão fazendo com as riquezas do Brasil é um crime. Não sei o que esses políticos estão fazendo! Até parece que não amam a sua riqueza, sua terra, seu País e sua Pátria. A ganância é tão grande e até parece que não sabem fazer negócios. O Brasil está sempre perdendo em tudo. Onde vai parar esse dinheiro? Não há dinheiro que pague a nossa riqueza e menos ainda a beleza que o Criador nos concedeu. Parabéns por terem conseguido salvar os corais. E a nossa madeira? Na Amazônia não se deve mexer, sem a sua floresta não teremos chuva. Juntos/as vamos melhorar essa situação. Deus está conosco Ele é o Criador de tudo. Parabéns para vocês.