O último período nos mostrou que esperançar virou ato político e é com essa energia coletiva que resistiremos e conquistaremos avanços ano que vem

Mesmo em meio à pandemia, a juventude brasileira ocupou as ruas esse ano e reivindicou ações reais em defesa da Amazônia e contra a emergência climática (Foto: Victor Bravo/Greenpeace)

Olá!

Eis que 2021 está chegando ao fim… Neste ano-eternidade, nunca o luto e a luta caminharam tão juntos. Vivemos muitas perdas, individual e coletivamente, e lutamos também, como pudemos, para tentar frear tanto descalabro.

O Congresso Nacional ainda parece determinado a fechar o ano com chave de ouro – proveniente de garimpo ilegal, claro! – e segue tentando passar a boiada: PL da grilagem, mudanças no licenciamento ambiental, um PL anti-terrorismo que na prática cerceia a manifestação da sociedade civil… A lista é grande.

A Amazônia sofre. O desmatamento bateu recordes, o garimpo avança como nunca, abre cicatrizes e contamina rios em terras indígenas, mata e morre para seguir alimentando uma economia que destrói.

O governo brasileiro segue desgovernando, no gerúndio mesmo, e enquanto a fome se instala sorrateira e dolorida no dia a dia dos brasileiros, já entramos em clima de campanha eleitoral, mais um mata e morre que demandará muito de todos nós.

Mas – e sempre tem um mas! – foi nesse mesmo ano que vimos a maior manifestação indígena em Brasília, durante o Acampamento Luta Pela Vida, pressionando pela não aprovação do Marco Temporal no Congresso e acompanhando de perto a votação do caso Xokleng no Supremo Tribunal Federal. Ambos ficaram para o ano que vem.

Na COP 26, a presença significativa dos movimentos sociais brasileiros – os indígenas, as juventudes, o movimento negro, os quilombolas – fez com que um outro Brasil possível se fizesse ouvir, um Brasil onde as soluções não servem só a alguns, onde a emergência climática é pauta transversal e a voz daqueles que mais serão impactados pela crise são as ouvidas primeiro.

Nossa esperança resiste – e mais do que nunca, esperançar virou ato político. Que nesse final de ano você encontre espaço para cultivar a sua: no abraço dos seus, no pé na terra, em um mergulho na água. Na natureza e neste país lindo que ainda insiste em nos presentear com um arco-íris inesperado, um pôr-do-sol de tirar o fôlego, uma fruta gostosa colhida do pé.

2022 não será fácil, mas não estaremos sós. Obrigada por estar sempre com a gente! Seguiremos contando com você – e em 2022, mais do que nunca, estarmos juntos será essencial!

Boas festas e até já já,

Carol, em nome de todo o time do Greenpeace Brasil

Carolina Pasquali, diretora executiva do Greenpeace Brasil


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